As deficiências do Salvamar foram expostas nesta segunda-feira, 6, na Câmara de Salvador, durante os pronunciamentos da Tribuna Popular, que antecedeu à sessão. De acordo com o salva-vidas Pedro Barreto, representante da Associação de Salvamento Aquático, a Coordenadoria de Salvamento Marítimo da Prefeitura está com um efetivo de apenas 80 profissionais, aproximadamente, para atender aos 50 quilômetros da orla da capital.
Segundo ele a situação é ainda mais grave pela idade avançada do quadro funcional, pois 35% do contingente já tem direito à aposentadoria especial, por atividade insalubre e de risco. Aliado a isso também há falta de equipamentos e carros para distribuição de pessoal (são apenas três veículos para o serviço), sede sucateada, favelização dos postos salva-vidas e carência de investimentos em qualificação e treinamento.
Os nadadores, revelou Barreto, estão “morrendo afogados”, tendo que salvar banhistas sem equipamentos e ainda carregar nos braços na tentativa de salvamento: “Muitos vão trabalhar com os próprios carros”. As antigas torres pioneiras estão abandonadas, sendo usadas tendas de lona, muitas delas rasgadas. Nem protetor solar é fornecido, e a categoria não foi consultada pela prefeitura durante o projeto de qualificação da orla.
Solidariedade
O vereador Gilmar Santiago (PT) se solidarizou com a luta dos salva-vidas e também dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias. Estes ocuparam as galerias do plenário para denunciar o não cumprimento, pelo prefeito ACM Neto da Lei Federal 12.994/14, que estabelece o piso salarial no valor de R$ 1.014,00 para esses profissionais. “Eles estão recebendo no município um salário base de R$ 692,08, abaixo do mínimo nacional”, criticou o petista.