Quem criticou a ação do Ministério Público da Bahia em relação à ação judicial, que resultou uma liminar, proibindo o apoio do Governo do Estado aos festejos juninos de 170 municípios, foi o vereador Moisés Rocha (PT).
Para ele a atuação do MP foi equivocada e precipitada: “Sabe-se que a maior festa popular do estado concentra-se exatamente de São João e São Pedro, preservando muito da cultura popular do interior. Não se extirpa um câncer matando o paciente. Se existem erros, que sejam investigados e corrigidos e não prejudique um Estado inteiro por presunção de erros”.
Apesar de defender um MP independente, atuante, equipado e estruturado ele acredita num órgão também atento e comprometido com os verdadeiros anseios da população: “Ele é o grande defensor dos interesses da sociedade brasileira, mas nesse caso específico parece que o MP-BA destoa do interesse público, da isenção, do apartidarismo e do profissionalismo que deveriam ser suas premissas básicas”.
Maioridade penal
Outro petista, Gilmar Santiago, pronunciou-se contra a redução da maioridade penal: “Faço militância política há mais de 35 anos em Salvador, morando sempre em bairros populares como Bom Juá, Boa Vista e Luiz Anselmo. A realidade é a mesma no que diz respeito à violência contra a juventude negra todos os dias”.
Em sua opinião esse genocídio é a principal marca do período pós-abolição no país e nem mesmo os avanços sociais de inclusão nos governos do PT foram capazes de reverter um processo que é estrutural no Brasil.
Para ele a proposta inaceitável das elites de redução da maioridade penal é um recrudescimento da política discriminatória contra a população negra: “E a nossa resposta deve ser vigorosa, no sentido de colocar esse enfrentamento como central e prioritário da luta da esquerda e das forcas progressistas contra mais essa barbárie contra o nosso povo”.