Às vésperas do 5ª congresso do PT, que acontece nesse final de semana em Salvador, a CPI da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira, 11, uma série de requerimentos que causam temor no partido, e levam a comissão a uma nova fase dos trabalhos de apuração. Vice-presidente da Comissão, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB) foi responsável pela condução de parte da votação que garantiu a aprovação dos 40 requerimentos considerados “de extrema importância para dar curso a investigação”.

Além de diversas acareações e transferências de sigilo, o colegiado acatou o pedido de convocação de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, para que ele explique doações feitas por empresa investigada na Operação Lava Jato à instituição. 

Durante mais de uma hora, a bancada do PT na CPI tentou, em vão, impedir a apreciação dos requerimentos. Entre os itens da pauta que acabaram aprovados estão a quebra de sigilo do ex-ministro petista José Dirceu, a acareação entre Pedro Barusco e Renato Duque (ex-diretores da estatal indicados pelo partido) e entre Barusco e o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto.

O presidente do Instituto Lula terá que esclarecer as doações no valor de R$ 3 milhões à entidade feitas de 2011 a 2013 pela Camargo Corrêa, empresa investigada pela operação Lava Jato. Okamoto também terá que explicar o repasse de R$ 1,5 milhão realizado pela empreiteira para a empresa de palestras do ex-presidente Lula, a L.I.L.S. Palestras Eventos e Publicidade.

Autor da convocação, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB) afirmou que o PT deveria, estar interessado no esclarecimento dos fatos, como está a sociedade brasileira. “Será bom para todos que se esclareça isso. Ele (Okamoto) tem que vir e o próprio Lula deveria ter interesse nisso”, avaliou. 

Imbassahy acredita que o desespero petista durante a reunião se deveu à gravidade das acusações que pesam sobre integrantes do partido e que já se aproximam do ex-presidente Lula.