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Rafael Rodrigues , Salvador |
21/05/2015 às 09:27
Segundo Solla tá na gravação de Pietro
Foto: Ag Câmara
Durante reunião da CPI da Petrobrás nesta quarta-feira (20), o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) questionou o executivo Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Correa, sobre os indícios de pagamento de propinas para o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM).
Aleluia é citado em escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, na Operação Castelo de Areia, entre os executivos da Camargo Correa Pietro Bianchi e Fernando Dias, diretor de Controladoria da Camargo Correia, em que os funcionários da empreiteira prestavam contas sobre os pagamentos de propinas.
“Tá lá na gravação o Pietro perguntando o que o Luiz (Henrique, diretor da Fiesp) estava querendo e o Fernando respondendo: ‘saber se foi pago o dinheiro devido a José Carlos Aleluia, do DEM”, disse o deputado, citando conversa grava no dia de 27 de janeiro de 2009.
São citados nas escutas repasses ao PSDB, PDT, DEM, PP, PPS, PMDB e PSB, além dos senadores Agripino Maia (DEM-RN), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do deputado Mendonça Filho (DEM-RN) – líder do DEM. Segundo relatório da Polícia Federal da Operação Castelo de Areia, o dinheiro supostamente entregue aos políticos foi desviado de obras superfaturadas. Todas as provas, todavia, foram anuladas pela Justiça porque os pedidos de quebra de sigilo e de autorização de escutas partiram de uma denúncia anônima.
Na CPI, Solla também cobrou detalhes sobre a formação de cartel e superfaturamento na obra do Metrô de Salvador – atestadas pela Polícia Federal na Castelo de Areia –, em que a Camargo Correa formava consórcio com a Andrade Gutierrez e Siemens, num contrato em que o Tribunal de Contas da União (TCU) verificou sobrepreço de R$ 166 milhões, em valores da época.
Nessa questão, assim como nas demais questões envolvendo obras fora da Petrobrás ou em governos anteriores, o executivo Dalton Avancini optou por calar. “As minhas respostas são as que estão autorizadas, referentes aos processos da Petrobrás, que foram aqueles determinados pelo juiz. Outras questões foram abordadas (nas delações), estão em investigação pela polícia e que talvez em um outro momento poderemos dar mais explicações”, afirmou.