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Gusmão Neto , Itabuna |
16/05/2015 às 11:22
Deputado Bebeto volta a criticar o modelo da PM
Foto: DIV
O município de Itabuna recebeu nesta sexta-feira (15) uma
audiência pública realizada pela CPI da Câmara dos Deputados, que investiga as
causas da violência, assassinatos e desaparecimentos de jovens negros e pobres
no Brasil. É a conhecida CPI do Extermínio da Juventude Negra, que tem três
deputados federais baianos como membros: Bebeto (PSB) Davidson (PCdoB) e
Bacelar (PTN).
Na avaliação do deputado socialista Bebeto, que é militante
do movimento negro, o resultado da audiência em Itabuna teve um saldo positivo,
pois foram relatados inúmeros casos de violência e assassinatos contra jovens,
a maioria negros e moradores de periferia, que estão a espera de resolução
judicial, a exemplo do emblemático caso do menino Nadson Almeida, de 14 anos,
que morreu no ano passado durante uma operação policial. Além disso, Bebeto
destaca a expressiva participação da juventude organizada, que levou o clamor
da sociedade em repúdio à impunidade e à falta de políticas públicas de combate
à violência.
Além do caso do menino Nadson, outros casos de violência da
cidade serão acompanhados pela CPI, como o desaparecimento da jovem Clébia
Lisboa, que está sem solução desde 2011, e sobre o caso de Rayluciene Castro
Nery, assassinada em 2009 com um tiro na boca.
O deputado Bebeto voltou a criticar o modelo de segurança
vigente no Brasil, que segundo ele, é um dos principais violadores dos direitos
humanos, uma vez que só prioriza o aparelhamento, o encarceramento e o
enfrentamento. “Mas segurança pública não é apenas armamento, efetivo e
confronto. É preciso investir em políticas públicas, na inteligência da
polícia, mas sobretudo em ações sociais, educação e oportunidades”, comenta Bebeto.