Política

SUÍCA DENUNCIA agressão e racismo de seguranças de lojas em SSA

O petista encaminhou denúncia ao Ministério Público e ao Governo do Estado
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 15/05/2015 às 19:16
Suíca: contra as agressões e o racismo
Foto: LB

O vereador Luiz Carlos Suíca (PT), líder da oposição na Câmara de Salvador, encaminhou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) denúncia de violência e racismo contra seguranças das lojas Casas Bahia e Magazine Luiza. Jeferson dos Santos Neves, de 21 anos, prestou queixa na 5ª Delegacia de Polícia (Periperi), relatando ter sofrido cárcere privado e brutal agressão pelos funcionários, “que o confundiram com outro homem acusado de roubo”.

Na opinião do petista “trata-se de um caso frequente na capital baiana e nas centenas de cidades em todo o país. Como representante do povo, me sinto no dever de procurar órgãos competentes para advogar a causa pela sociedade e buscar soluções”.

O ofício foi direcionado também à secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, comunicando o fato e pedindo ao Governo do Estado ações preventivas junto aos empresários para coibir práticas de preconceito racial nos estabelecimentos comerciais.

“Infelizmente, o dia de abolição da escravatura, lembrado essa semana, reflete o quanto esse regime autoritário ainda permanece entre nós, só que de forma covarde e disfarçada no preconceito que herdamos”, lamenta.

O caso de Jeferson aconteceu no sábado, 9, segundo depoimentos do jovem. Ele se dirigiu aos estabelecimentos comerciais para comprar o presente de sua mãe, uma batedeira, depois de fazer pesquisa de mercado. Após comprar o produto na Casas Bahia foi instruído a retirá-lo na Magazine Luiza, onde foi surpreendido por um vigilante desta loja, que o acusava de furtar um aparelho de som no dia anterior.

“É um ladrãozinho da área”, esbravejava um dos funcionários. Sem dar chance para explicar os fatos se referia ao jovem como “alguém que aparecia em uma suposta imagem com registro de roubo em celular”. “Eles partiram pra cima de mim com socos em meu rosto e estômago, além de me atacar com o cabo de revólver”, relata Jeferson.

O jovem tentou apresentar aos seguranças cópia da folha de pontos onde trabalha como agente de limpeza no Hospital Santa Izabel, provando não ter ligação com a acusação dos funcionários. Neves só foi liberado quando os próprios agressores reconheceram o equívoco. “Fiquei por muito tempo preso na sala, até que vieram a mim pedindo desculpas e dizendo se lamentar pelo ocorrido”, conta. Jeferson foi liberado, “mas forçado a sair pela porta dos fundos”.