Política

PROJETO do dia antiaborto gera mais uma polêmica na Câmara de Salvador

Proposta de Cátia Rodrigues foi atacada por colegas femininas. Joceval Rodrigues saiu em sua defesa
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 06/05/2015 às 19:47
Cátia Rodrigues e Joceval Rodrigues
Foto: LB

Mais uma polêmica se abriu na Câmara de Salvador entre os vereadores. Desta vez em torno de uma proposição de Cátia Rodrigues (PROS), que apresentou substitutivo ao projeto de lei 111/2014, propondo a instituição do “Dia Municipal de Conscientização Antiaborto”. O objetivo principal, segundo ela, é alertar a população soteropolitana, principalmente as mulheres, sobre as consequências físicas e psicológicas de um aborto provocado.

A ideia gerou reação contrária de várias vereadoras, entre elas Aladilce Souza (PCdoB) e Vânia Galvão (PT) e entidades ligadas aos movimentos feministas. Quem saiu em defesa da colega foi o líder do governo, Joceval Rodrigues (PPS), lamentando o que chamou de polêmica desnecessária causada por algumas integrantes da Comissão em Defesa do Direito da Mulher. Para ele a polêmica deixa explícito quem são os abortistas da Casa.

Ele ironizou quem agora defende o aborto, mas quando chega na eleição se encaminham para as paróquias em busca de voto: “Estou surpreso como tem gente que está se posicionando totalmente contra o projeto da vereadora Cátia Rodrigues, mas na última eleição estava nas paróquias pedindo votos. Será que esqueceu que a Igreja Católica sempre se coloca a favor da vida?”.

Em sua opinião não é preciso tanta conversa: “É algo muito simples. Colocamos o projeto em votação. Quem for a favor, vota a favor, quem for contra, vota contra, e depois vemos o resultado. Não entendo porque a polêmica. Nós vivemos numa democracia e precisamos respeitar as opiniões, submetendo o projeto a apreciação para saber o que a maioria vai decidir. O que não pode é querer tirar o projeto da pauta pela vontade de uma minoria”.

Riscos para a vida

De acordo com Cátia “a conscientização é necessária para que haja aprendizado”. O aborto é um assunto bastante complexo e ultrapassa os princípios religiosos, uma vez que lida diretamente com a vida. “O direito à vida é fundamental ao homem porque dele decorrem todos os outros direitos. Para que haja direito, é necessário que haja vida”, diz.

Ela argumenta ainda: “Mulheres que fizeram aborto têm duas vezes mais probabilidade de aborto espontâneo se ficarem grávidas novamente. Outra grande consequência é a maior chance de gravidez ectópica (fora do útero) e, em casos ainda mais graves, o risco de morte da mulher”.

Entre os problemas psicológicos a possibilidade da mulher sofrer de síndrome pós-aborto. Elas experimentam o “luto incluso”, ou seja, uma dor derivada de se negar que uma morte real ocorreu. “O objetivo deste projeto de lei é gerar conscientização dos efeitos psicológicos e colaterais de um aborto através de atividades de interação dos agentes públicos com as comunidades”, explicou a vereadora.