Sessão com muitas vaias e xingamentos a deputados da base governista
Tasso Franco , da redação em Salvador |
06/05/2015 às 18:12
Galerias da Casa lotadas de servidores insatisfeitos com o reajuste de 6.41% parcelados
Foto: BJÁ
O governo da Bahia mobilizou a sua base politica na Assembleia Legislativa e aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei de reajuste salarial ao servidor público do estado na base de 3.5% a partir de março e mais 2.91% em novembro.
O líder da Maioria, deputado Zé Neto, PT, durante o grande expediente afirmou que "não foi o melhor reajuste que queríamos, porém, foi o melhor alcançado" e lembrou que, no Brasil, até agora somente 4 estados da Federação acenaram com reajuste salarial aos seus servidores e um deles é a Bahia.
A tese defendida pela Oposição para que a liderança do governo retirasse o PL e apresentasse um novo e que melhor contemplasse os servidores, inclusive mantendo a data base do reajuste em janeiro e não em março, além da reposição salarial de 6.4% paga de uma só vez não vingou.
Para o líder da Oposição, deputado Sandro Régis, DEM, o governo mostra que só tem dinheiro para os cargos de confiança "da companheirada" e destacou que, a Bahia, está entre os 4 estados da federação que tem maior número de secretarias.
A sessão desta quarta-feira manteve o mesmo tom da de ontem com a diferença de que, pelo menos 14 faltosos parlamentares governistas que na última terça-feira não apareceram na Assembleia, desta feita, foram os primeiros a chegr.
O deputado Adolfo Viana (PSDB) detacou que, mesmo assim, a base governista continuava constrangida e sem vontade de votar num projeto que, na sua opinião é imoral.
MUITAS VAIAS
Os servidores que ocuparam as galerias e o saguão mesmo advertidos pelo presidente da Casa e da Mesa Diretora dos trabalhos, Marcelo Nilo (PDT), de que não poderiam vaiar e xingar os deputados da oposição, eles continuaram (sobretudo os colocados nas galerias) a xingar e a gritar, inclusive o presidente e o lider do governo, deputado Zé Neto.
O líder teve seu pronunciamento interrompido e só pode conclui-lo depois de apelar até a deputados da Oposição para que conclamassem os servidores a cessarem as vaias.
Entre as palavras de ordem entoadas pelos servidores a mais ouvida, em coro, foi "retira" - referendando a posição dos parlamentares da Oposição de que seria interessante o governo retirar o projeto de pauta e enviar outro que melhor atendesse os servidores.
Para o deputado líder do PT na Casa, deputado Rosemberg Pinto, "na condição em que o PL se encontra não é possível mais retirál-lo".
PRÓS E CONTRA
No entendimento do deputado Targino Machado (DEM) o que o PL do reajuste só referendou é que existem dois lados na Assembleia. "O primeiro é o da Oposição cujos parlamentares defendem a Bahia e os baianos; e o segundo é o da Situação (governistas) e que não quer saber dos interesses da Bahia", frisou.
Ainda assim, os deputados governistas (alguns deles, exceto do PT) são maltratados e em momentos como esse, da votação de um PL importante, apelam para o que, "lá fora se chama de chantagem".
Targino completou: "Vejo aqui, hoje, deputados que ontem não estavam no plenário". E comentou que ao verificar a presença maciça da maioria, "os servidores certamente vão levar fumo, mas, quem deveriam levar fumo era os deputados".
Advertido pelo presidente da sessão, Marcelo Nilo, Targino disse que retirava a palavra fumo do contexto.
O líder do governo, deputado Zé Neto, PT, comentou sobre as divergências políticas da Casa e a participação dos servidores nas galerias, situando que o reajuste dado pelo governador Rui Costa é "o que foi possível ser feito".
O líder comentou, ainda, que Rui Costa vem da base, do sindicalismo, e ninguém melhor do que ele sabe avaliar a necessidade salarial dos trabalhadores, daí que o reajuste foi o possivel a ser praticado num mundo em crise.