“Quando a cidade precisa a Câmara não pode faltar”, afirmou nesta quinta-feira, 30, o presidente do legislativo municipal, Paulo Câmara (PSDB), representando o conjunto dos vereadores de Salvador, durante a solenidade de sanção, pelo prefeito ACM Neto (DEM), da lei que estabelece auxílio de até três salários mínimos para vítimas de calamidades na capital baiana.
Segundo o tucano a CMS tem o compromisso de ajudar o Executivo na tarefa de “transformar Salvador na capital mais justa e mais humana do Brasil”. O chefe do executivo, por sua vez, agradeceu a aprovação do projeto por unanimidade e em regime de urgência: “Os vereadores não faltaram e não faltam à nossa cidade. Estão sempre debatendo, construindo, aperfeiçoando e alterando as proposições, mas com a agilidade necessária”.
O democrata se referiu particularmente ao empenho do líder da bancada do governo, Joceval Rodrigues (PPS), mas destacou também o apoio da bancada da oposição para que a aprovação acontecesse no mesmo dia de sua chegada à Câmara.
600 pessoas abrigadas
Neto pediu ainda o apoio dos edis, sempre em contato direto com o povo da cidade, para ajudar a identificar as áreas afetadas. “Enfrentamos a mais forte chuva dos últimos 21 anos”, lamentou, frisando que graças ao ajuste fiscal está sendo possível dar respostas rápidas aos problemas, como a instalação de seis pontos de abrigamento para mais de 600 pessoas, concessão de auxílio moradia em 24 horas e o auxílio-emergência, de até três salários mínimos, a partir de segunda-feira, 4.
“Só em abril foram investidos R$20 milhões, com recursos próprios, para dar respostas imediatas. Em maio vai ser muito mais”, afirmou, referindo-se ao mapeamento de mais de 180 intervenções necessárias em função das chuvas. Ele garantiu entregar, dentro de 30 dias, um plano de trabalho para recuperação completa das áreas afetadas ao Ministério da Integração. Reconheceu também a importância do apoio do governo estadual e do Exército.
Anunciou a ampliação do auxílio-moradia de seis para 12 meses e assegurou que o orçamento da Secretaria de Promoção Social já foi suplementado para atender às famílias que tiveram perdas em decorrência das chuvas recentes.
Prestigiaram também a solenidade Leo Prates, Claudio Tinoco, Orlando Palhinha e Kátia Alves (DEM), Alfredo Mangueira e Pedrinho Pepê (PMDB), Paulo Magalhães (PSC), Isnard Araújo (PR), Ana Rita Tavares (PEN), Cátia Rodrigues (PROS), Leandro Guerrilha (PSL), Eliel de Souza (PV), Alemão (PRP), Luis Carlos (PRB) e Henrique Carballal (sem partido).
Repercussão
Na opinião de Gilmar Santiago (PT) a aprovação do auxílio pela CMS foi apenas uma etapa para que Salvador tenha políticas de prevenção e enfrentamento à questão da chuva: “São necessárias obras de contenção de encostas, planos de drenagem das águas pluviais, de saneamento ambiental, de manejo de resíduos sólidos e o fortalecimento da Defesa Civil, com contratação de pessoal por concurso público e equipamentos”.
Para Everaldo Augusto (PCdoB) a medida, apesar de importante para amparar as famílias neste momento de perdas, é paliativa: “Precisamos nos debruçar para construir ações para impedir que a população sofra com tragédias deste tipo na cidade. É importante que a prefeitura apresente um conjunto de medidas como um Plano Diretor de Contenção de Encostas e Macro-Drenagem e um de Saneamento Ambiental do Município”.
Paulo Magalhães Jr. Comemorou: “Presenciamos uma votação histórica na Câmara, onde todos os vereadores foram a favor deste projeto que tem como objetivo minimizar o sofrimento das famílias que perderam seus bens em decorrência das chuvas que atingiram a cidade”.
Assessores voluntários
Kátia Alves anunciou que assessores de seu gabinete para trabalharão como voluntários junto à Defesa Civil de Salvador (Codesal) neste feriadão. De sexta-feira, 1º, até domingo, 3, sua equipe reforçará o órgão público municipal, auxiliando no atendimento aos atingidos pela chuva.
“Estamos sensibilizados e empenhados em ajudar a prefeitura no apoio às famílias afetadas pelos alagamentos e deslizamentos de terra ocorridos durante o recente temporal”, disse ela, para quem em momentos de comoção a palavra de ordem é solidariedade: “Desde as primeiras notícias sobre os impactos da chuva a população se uniu para ajudar as vítimas. Aqui no gabinete, o sentimento é o mesmo. Por isso, decidimos nos colocar à disposição da sociedade para também colaborar com a cidade nesse momento delicado para tantas famílias”.