Política

ELIANA CALMON valoriza seu passe, mas não tem espaço para disputar PMS

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Daniele Rodrigues/Tasso Franco , Salvador | 29/04/2015 às 11:00
Eliana Calmon, um bom nome com decisão politica a ser tomada em 2016
Foto: Veja
  O futuro político da ex-candidata ao Senado pelo PSB, Eliana Calmon, ainda é incerto. A ministra aposentada, que recebeu mais de 502 mil votos na Bahia, não vê com bons olhos a atual conjuntura política nacional e local o, que segundo ela, tem ocasionado grande insatisfação contra o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), demonstrada durante as manifestações populares. “As pessoas querem um governo que governe e que atenda às demandas da população. E isso não está acontecendo”, afirmou, durante evento que reuniu lideranças municipais, representantes de entidades de classe e militantes, na sede do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba).

   A ministra, que chegou a apoiar o candidato à presidência, Aécio Neves, no segundo turno, diz não enxergar espaço no governo atual para a implementação dos seus projetos políticos. “A minha decisão era de continuar na política, somente se Aécio Neves vencesse as eleições”, destacou. Os rumos atuais da política também não têm animado a ministra, que observa o cenário político atual como um dos momentos mais difíceis do país: “Talvez eu nunca tenha vivenciado um panorama desses”, ressaltou.

   As manifestações populares e as greves são reflexos do descontentamento da sociedade. Mas o grande problema, segundo ela, são as divergências entre o executivo e o legislativo que só dificultam as tomadas de decisões entre os poderes. No quesito saúde, o cenário é ainda mais devastador: “A saúde no Brasil foi destruída e, no lugar de um sistema de saúde, os médicos começaram a sofrer pelo processo de terceirização do trabalho. Se esse aspecto é por um lado negativo, por outro fez com que a classe e as entidades representativas se unissem para tentar reverter esse quadro”.

Novos Rumos

Durante o encontro, que ocorreu no último dia 25, organizado pelos apoiadores de Eliana Calmon, com apoio do Sindhosba e da Qualité, a ministra ainda destacou que para 2016 os rumos ainda não foram traçados. “Vou analisar o panorama local para tomar minha decisão sobre a permanência na política”, pontuou ela.

Participaram do evento, o vice-presidente do Sindicato, Eduardo Olivaes; o tesoureiro do Sindhosba, Paulo Marambaia;
o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Gessé Brandão; Juvêncio Ruy, primeiro suplente a senador na chapa de Eliana Calmon; os representantes da Ordem dos Médicos do Brasil, Agnaldo Azevedo e Cezar Leite; a defensora da aplicação da lei 10.216/2001 (reforma psiquiátrica), no que se refere à disponibilização de leitos hospitalares para paciente em crise no momento da internação, Rejane Santos; além de lideranças municipais e representantes do Sindicato dos Petroleiros Aposentados, dentre outros.

COMENTÁRIO DO BJÁ

Ao que tudo indica, Eliana Calmon seguirá na carreira política. Era desconhecida desse meio, mas, com a votação que teve e suas frases afirmativas, posicionou-se bem com uma trajetória incomum tanto que se afastou do fisiologismo do PSB, partido que se diz contemporâneo, na Bahia, no entanto, uma muleta do PT.

A questão, em 2016, é saber onde Eliana aportaria uma vez que as eleições são municipais e ela não tem espaço para disputar o pleito majoritário de Salvador filiada a um dos grandes partidos, uma vez que todos estão atrelados a candidatos, o bloco DEM/PMDB/PSDB com ACM Neto; o bloco PT/PCdoB/PSD/PSB/PDT/PP com o candidato petista.

Restaria a Eliana concorrer a Câmara de Vereadores da capital ou filiar-se em 2016 a um novo partido e trabalhar para a eleição de 2018. 

É um bom nome e valoriza o seu passe desde já.