Política

OPOSIÇÃO e situação trocam acusações sobre a tragédia da chuva em SSA

Os oposicionistas Gilmar e Vânia acusam o prefeito. Joceval e Tinoco defendem o governo municipal
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 27/04/2015 às 19:49
Gilmar, Vânia, Joceval e Tinoco: polêmica
Foto: LB

As consequências da chuva que se abateu sobre Salvador entre a noite do domingo, 26, e esta segunda-feira, 27, terão desdobramentos políticos, além dos custos sociais e econômicos, a julgar pelo tom das declarações na Câmara Municipal. Para Gilmar Santiago (PT) o desabamento ocorrido na Travessa Moreira e Rua Henrique Marques, ligação do Marotinho com o Bom Juá, soterrando dois adolescentes da mesma família é fruto da falta de políticas públicas da prefeitura para os bairros periféricos.

Segundo o petista “o que aconteceu não foi por falta de alerta dos vereadores e boa parte da imprensa. Então, que não venham o prefeito ACM Neto e sua equipe falar em exploração política”. O oposicionista é autor de duas emendas parlamentares pedindo intervenções no Marotinho, nos valores de R$ 100 mil e R$ 50 mil, não liberadas pela atual administração.

Para sua colega e líder do partido, Vânia Galvão, não há, por parte do Município, preocupação em preparar a cidade para este momento: “Não fazem drenagem, não têm plano de contenção de encostas, e quem mais sofre é a população carente. ACM Neto é um prefeito midiático, que só se preocupa com festas”. Ela destacou a importância do auxílio do Governo da Bahia, que, novamente, colocou a estrutura do Estado à disposição da capital.

Mal informada

Do outro lado muro o líder governista Joceval Rodrigues (PPS) lamentou a falta de sensibilidade de Vânia em suas afirmações e apontou dados que, segundo ele, comprovam as providências tomadas pelo alcaide. De acordo com o levantamento apenas em 2014 foram investidos mais de R$ 100 milhões na chamada Operação Chuva, contemplando encostas, limpezas de canais e demais intervenções de precaução.

Para o socialista “a vereadora está mal informada. Esse valor foi investido e pode ser comprovado. Basta que ela se informe melhor e participe do dia a dia da cidade. O montante foi investido durante todo ano de 2014 e continua em 2015”.

Na opinião de Joceval a tática da oposicionista é do quanto pior melhor: “Infeliz momento de se tentar fazer política de terra arrasada, principalmente trazendo informações inverídicas. Estamos passando por uma situação de sofrimento do povo e a vereadora vem falar de que se nunca fez nada. Eu trago dados de que foi feito, mas eu prefiro, agora, em respeito às famílias, de não fazer esse tipo de confronto. Nós vamos ter o momento pra isso”.

Vá cobrar de Rui

O também governista Claudio Tinoco rebateu no mesmo tom: “É lamentável o desrespeito da vereadora Vânia Galvão com as famílias enlutadas e tantos baianos que se encontram neste momento em áreas de risco na nossa capital. A líder do PT deveria cobrar do governador Rui Costa explicação para atraso na conclusão das obras de contenção de 98 encostas em Salvador, através do plano diretor de encostas lançado há um ano pelo ex-governador Jaques Wagner”.

No entender do democrata, a população de Salvador reconhece o trabalho do prefeito na recuperação da cidade: “A Prefeitura investiu, desde 2013, mais de R$ 150 milhões em serviços de manutenção, como drenagem, limpeza de canais, sarjetas e intervenções em encostas, além de outros R$ 200 milhões em pavimentação. As obras de contenção lançadas pelo governo do Estado deveriam reverter o quadro de risco de deslizamentos e desabamentos de moradias populares nesse período de chuvas intensas. Porém, passado um ano, não sabemos o que já foi feito pela Conder. A vereadora deveria apresentar esses dados”.

O 2° vice-presidente da Câmara Municipal de Salvador disse esperar, neste momento, mais responsabilidade da liderança do PT, que poderia, por exemplo, falar a verdade: “Quem propôs a realização de uma micareta e uma festa fechada no CAB, em Salvador, na semana passada, foi o superintendente da Bahiatursa, órgão do governo do Estado, em uma audiência na Câmara”.