Comissão foi recebida pelo presidente Marcelo Nilo e outros deputados - Marcelino Galo, Fátima Nunes, Luiza Maia e Isidório
PB , Salvador |
15/04/2015 às 18:10
Comissão foi recebida pelo presidente Marcelo Nilo e outros deputados
Foto: BJÁ
Integrantes de movimentos sociais ligados à questão indígena e da democratização do uso da terra pediram o apoio da Assembleia Legislativa da Bahia para barrar o projeto de emenda constitucional 215, PEC 215, que transfere da Fundação Nacional do índio, Funai, a prerrogativa de demarcar terras indígenas e quilombolas. Uma comissão de 220 membros foi recebida pelo presidente Marcelo Nilo, que louvou o compromisso com o social do governador Rui Costa e se comprometeu em subscrever um documento de apoio à reivindicação a ser assinado por todos os deputados estaduais.
Acompanharam os manifestantes os deputados Luís Maia, Marcelino Galo e Fátima Nunes, do PT, e o Pastor Sargento Isidório (PSC) – todos solidários com o pleito dos índios e quilombolas que é de nível nacional, pois manifestações assemelhadas ocorreram na maioria dos estados. Cerca de 800 militantes de movimentos sociais relacionados com a questão agrária foram ao Legislativo, permanecendo na área externa (rampa) em clima de festa, gritando slogans e palavras de ordem, cantando, e até tomando banho no espelho de água da Casa.
DEMARCAÇÃO
No gabinete da presidência explicaram o impacto dessa PEC caciques e líderes de organizações envolvidas na luta, sendo unânime a opinião de que haverá um retrocesso caso a Funai perca a prerrogativa de demarcar terras “dos povos tradicionais” –índios e quilombolas. Para eles a atual composição do Congresso Nacional (conservador) dificultará e até atrasará o processo de reparação dessa injustiça histórica. Foi lembrado que os índios eram cinco milhões na época do descobrimento, número que foi reduzido para 700 mil atualmente.
O presidente da Assembleia Legislativa renovou seu compromisso político e pessoal com os movimentos sociais, frisando que dirige “uma casa do povo”, sendo seu dever atender (mesmo fora de agenda) os reclamos “de nossa gente”. Explicou que a maneira mais eficaz da Assembleia encampar as reivindicações era através de um documento, um abaixo-assinados, que será encaminhado ao presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros.
O deputado Marcelo Nilo elogiou a disposição de luta dos integrantes do grupo e assegurou que eles não precisavam de intermediação para serem recebidos pelo governador Rui Costa (que está em Brasília), como haviam solicitado: “Vocês são vitoriosos desde a eleição de Jaques Wagner e Rui Costa, sindicalistas com sensibilidade social, homens públicos com compromissos claros com teses progressistas”. Ele elogiou ainda a postura de todos os parlamentares presentes, igualmente comprometidos com a luta pelo progresso com justiça social.