Política

Jorge Solla cobra convocação de Fernando Baiano à CPI da Petrobrás

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Ascom JS , da redação em Salvador | 27/03/2015 às 11:15
Deputado Jorge Solla, do PT da Bahia
Foto: Ag Câmara
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) cobrou que seja convocado a depor na CPI da Petrobrás o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, durante sessão realizada nesta quinta-feira (26), quando foi ouvida a ex-presidente da estatal, Graça Foster. “Não é importante aqui que se ouça Fernando Soares? Por que ele não pode vir aqui ser ouvido? O que estão escondendo?”, indagou.

O parlamentar citou matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na terça-feira, segundo a qual enquanto a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não encontrou resistência de petistas, membros da CPI estariam blindando o lobista acusado de atuar pelo PMDB. “Como uma comissão como essa pode se propor a investigar com seriedade e isenção deixando de ouvir uma pessoa como essa, com o que já foi apurado no envolvimento dele. É acusado pelo MPF de ser o operador do PMDB no esquema do Lava Jato. Não pode ser blindado”, disse.

Na quarta-feira, a Justiça Federal decretou nova prisão preventiva de Fernando Soares sob a justificativa de que há fortes indícios de que ele pagou propina para deputados para obstruir uma CPI da Petrobrás no Congresso entre 2009 e 2010. Segundo Yousseff, em delação, R$ 10 milhões foram pagos aos parlamentares Sérgio Guerra, Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira, para que “a questão fosse resolvida”. Solla cobrou também a oitiva de acusados ligados ao PMDB, como o policial Jayme Oliveira, o Careca, ou o consultor Júlio Camargo, que admitiu ter pago propina a Baiano em delação premiada.

Escândalo da Marítima

O deputado apresentou requerimentos à CPI convocando também o ex-presidente da Petrobrás Joel Mendes Rennó, o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras no período de 1993 a 1999, Sebastião Henriques Vilarinho, o ex-diretor de Exploração e Produção de Petróleo da Petrobras, Antonio Carlos de Agostini,  o ex-residente da Petrobras no período de 1999 a 2003, José Coutinho Barbosa, e German Efromovich, proprietário da empresa Marítima Petróleo.

Em 1999, a Revista Veja publicou matéria que denunciava que empresa Marítima, cujo patrimônio em 1995 não chegava a 1 milhão de dólares, em um ano começou a ganhar quase todas as concorrências da Petrobras para a construção de plataformas de perfuração e exploração de petróleo. Uma área em que não possuía a mínima experiência e que envolvia contratos superiores a 2 bilhões de dólares. Essa empresa começou a crescer assustadoramente, segundo a publicação, após o superintendente de Engenharia da Petrobras, Antônio Carlos Agostini, ser promovido a diretor da área de exploração e produção da companhia.