Política

GRUPO defende na Assembleia Caixa 100% Pública sem abertura de capital

Vide
ASCOM MdC , Salvador | 18/03/2015 às 17:55
Grupo quer que o governo banque a Caixa
Foto: DIV
Reunindo representantes do governo do estado, movimentos populares e dos bancários, a Comissão de
Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa da Bahia, presidida pela deputada Maria del Carmen (PT), em parceria com a Bancada do PT na ALBA, promoveu, nesta quarta-feira (18), a audiência “CAIXA 100% Pública: abertura de capital e seus impactos”, contando com o apoio da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal na Bahia (APCEF/BA) e do Sindicato dos Bancários da Bahia.

“Esta instituição, por 154 anos, tem auxiliado no desenvolvimento do país, seja na operacionalização de programas sociais, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família, além do financiamento para a agricultura familiar, pagamento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e equilíbrio do mercado financeiro, forçando a redução de juros e do spread bancário. Todos sabemos que a Caixa foi essencial no enfrentamento da crise de 2008. Assim, não podemos permitir a abertura de seu capital, o que geraria, por exemplo, pressão para redução de custos e aumento de lucro em detrimento dos interesses sociais”, disse a deputada, que é ex-funcionária da
CEF, ao justificar a realização desta audiência, pioneira na Bahia após os recentes rumores de abertura desta instituição.

Dados

Reforçando a importância de continuar mantendo este banco como instrumento estrutural da economia, o
presidente da APCEF, Daniel Azeredo, apresentou dados significativos. De acordo com ele, 389,2 mil unidades habitacionais foram contratadas no país, entre 2002 e 2014, pela CEF. Destas, 35,6 mil foram destinados à faixa 1, contemplando beneficiários que têm renda de até três salários mínimos. 

“Para se ter ideia, sua participação imobiliária saltou de 28,7% em 2002 para 339,8% em 2014. Em 2002,
eram 2.170 postos de atendimento, em 2014 chegamos à 4.205 espalhados pelo país, alcançando 100% dos municípios brasileiros, considerando unidades próprias, lotéricas, rede compartilhada, unidades itinerantes e agência banco. Em 2014, a Caixa injetou R$ 689,6 bilhões na economia, cerca de 13,5% do Produto Interno Bruto do país. Assim, pergunto: cabe extrair lucro privado diretamente do dinheiro público? Lógico que não. Enquanto os bancos privados retraíram na crise de 2008, continuamos crescendo”, sinalizou Daniel ao afirmar que os
países que não tinham bancos públicos foram os mais afetados pela crise econômica de 2008, o que fez com que os mesmos promovessem processo de nacionalização de bancos. “Os Estados Unidos, por exemplo, Investiram U$ 700
bilhões”, apontou o presidente da APCEF.