O projeto do vereador Leo Prates (DEM) que regulamenta o comércio chamado de food truck (comida de caminhão), ou comida de rua, foi a grande estrela da sessão desta segunda-feira, 9, na Câmara de Salvador. Elogiada pela maioria dos edis a proposta está sendo vista como importante por normatizar uma atividade responsável pela geração de renda e emprego numa cidade cuja vocação econômica principal é o setor de serviços.
Representantes das associações do segmento lideraram uma manifestação em prol da aprovação da matéria e defenderam a ideia em pronunciamento na Tribuna Popular. Estiveram presentes Gabriel Lobo (Associação de Food Trucks e Comida de Rua da Bahia) e Marcelo Teixeira (Associação Baiana de Food Trucks), além de grande quantidade de empresários.
Segundo o democrata “a regulamentação traz benefícios para os empresários do setor, para os consumidores e para os donos de restaurantes, que terão uma concorrência mais leal. O projeto foi bem debatido durante um ano, com as associações e com a Associação de Bares e Restaurantes e está na Comissão de Constituição e Justiça da Casa para avaliação”.
O objetivo é “fomentar o empreendedorismo e propiciar oportunidades de formalização do comércio de comida de rua, gerando empregos diretos e indiretos"
De acordo com Gabriel, os comerciantes querem “trabalhar na legalidade, pagar os impostos. Defendemos a aprovação da regulamentação para fortalecer o setor. Queremos ocupar e revitalizar espaços que muitas vezes são mal aproveitados”.
Ambulantes no meio
Em meio aos elogios, porém, o oposicionista Gilmar Santiago (PT) lembrou que essa é também uma excelente oportunidade para discutir a situação dos ambulantes e baianas de acarajé: “O projeto traz uma contribuição importante. É um debate singular numa cidade que não tem indústrias e tem um grande contingente de desempregados”, já propondo a realização de audiências públicas para ouvir todos os interessados.
Para ele é preciso ainda analisar a ocupação dos espaços urbanos por todas as manifestações gastronômicas e citou como exemplo a Barra, onde, a seu ver, deve ter lugar tanto para food truck quanto para baianas e ambulantes: “Todos os segmentos devem sair ganhando. Baianas e ambulantes não têm apoio do poder municipal. Estas atividades são importantes para economia da cidade, porque historicamente geram emprego e renda”.
Kátia e Atanázio
A sessão foi marcada também por duas estreias em plenário: Kátia Alves (DEM) e Atanázio Júlio (PTN), ambos recebidos com elogios e votos de sucesso pelos colegas. A democrata se disse emocionada, sendo chamada a se pronunciar na tribuna depois que Everaldo Augusto (PCdoB), Moisés Rocha (PT) e Antônio Mário (PSB) cederam seus tempos para a nova integrante de legislativo.
Explicou ter se licenciado após a posse para uma viagem à Embaixada do Brasil em Cingapura, onde intermediu oportunidade de negócios entre o governo local e a capital baiana. Para ela o apoio dos colegas e a bagagem conquistada na vida pública serão essenciais para que desenvolva um bom trabalho: “Quero aprender muito com vocês, tanto os vereadores de oposição quanto os da situação. Os projetos que visem melhorias para a cidade podem contar com meu apoio”.