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G1 e Eliana Frazão , BSB |
05/03/2015 às 16:57
Deputado Imbassahy é vice-presidente do Colegiado
Foto: Ag Câmara
A CPI da Petrobras na Câmara aprovou nesta quinta-feira (5) as convocações dos ex-presidentes da estatal Sergio Gabrielli e Graça Foster, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços Renato Duque e dos ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Diferentemente dos convites, as convocações tornam a ida à Câmara obrigatória.
Também foram aprovadas na comissão as convocações do ex-gerente-geral da refinaria Abreu e Lima Glauco Legatti; o doleiro Alberto Youssef; Júlio Faerman, ex-representante comercial da SBM; e Luiz Eduardo Carneiro, ex-presidente da empresa Sete Brasil. As datas dos depoimentos ainda não foram marcadas. Foi aprovado, ainda, um convite para depoimento do diretor de Govenaça da Petrobras, João Adalberto Elek Junior.
Mais cedo, a comissão já havia aprovado a convocação do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco. Segundo o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), a intenção é ouvi-lo já na próxima terça-feira, quando o colegiado deverá se reunir novamente.
Em seu depoimento de delação premiada, Barusco acusou o PT de receber entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina oriunda de contratos da estatal. Ele afirmou que os valores se referem a propina em 90 contratos da Petrobras com grandes empresas fechados entre 2003 e 2013, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Barusco atualmente está preso em regime domiciliar. O presidente da comissão observou que existe um ato da Mesa Diretora da Câmara, de 2006, que veda a oitiva de presos nas dependências da Casa e que o assunto precisaria ser discutido com a polícia legislativa.
A ida de Barusco à CPI dependerá de autorização judicial. “Iremos primeiro oficiar o juiz que tem a tutela, já que ele cumpre prisão domiciliar, para que ele autorize a vinda”, explicou o presidente da CPI. Para ele, o depoimento de Barusco poderá ser “esclarecedor”.
A comissão também autorizou a contratação da consultoria Kroll para auxiliar a identificar recursos de delatores em contas no exterior.
Sub-relatorias
Também na sessão desta quinta, foram criadas pelo presidente da comissão quatro sub-relatorias, que vão ser comandadas por PSDB, PTB, PSC e PR. Após o anúncio das sub-relatorias, partidos contrários à medida, como o PT e o PSOL, protestaram, e houve forte discussão entre os parlamentares. Deputados questionaram a indicação de cada sub-relator, que não foi submetida ao plenário da CPI.
A justificativa do presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), para a criação das sub-relatorias é descentralizar os trabalhos. Na prática, a medida deverá enfraquecer os poderes do relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), em mais um indício de descontentamento do PMDB com o governo.
Aos gritos e com o dedo em riste, o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) chamou o presidente da comissão de “moleque” diversas vezes. “Não serei fantoche para me submeter. Não tenho medo de grito”, rebateu Motta, exaltado.
“Não fomos ouvidos para nenhuma candidatura. É um fato grave, estranha, causa desconfiança entre aqueles que formam o bloco”, afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), acrescentando que a legenda deixará o bloco parlamentar com o PSDB e o PSB.
IMBASSAHY
O deputado federal Antonio Imbassahy foi eleito vice-presidente do colegiado, com 23 votos favoráveis e quatro em branco. Ao assumir o cargo, Imbassahy agradeceu a indicação ao líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e reforçou os objetivos do colegiado.
“Não deveremos nos desviar dos interesses principais da investigação, que é chegar a todos os envolvidos e reerguer a Petrobras”, afirmou Imbassahy, que reiterou seu papel na comissão. “Estarei ao lado de todos os colegas, buscando harmonizar e focando num bom resultado. Vamos atuar com o interesse de fazer um bom trabalho para o país”, completou.
Tendo Imbassahy como presidente interino pela tarde, o colegiado definiu que a primeira convocação será a do ex-diretor da Petrobras, Pedro Barusco, que, em depoimento prestado à Polícia Federal, em acordo de delação premiada, estimou que o PT recebeu de propina em contratos da estatal entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Esses valores teriam saído de 90 contratos da companhia com grandes empresas, fechados entre 2003 e 2013, durante os governos Lula e Dilma.
“Assinei requerimento de convocação a ser encaminhado ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. Queremos ouvir Barusco na próxima terça-feira, dia 10”, disse Imbassahy.