Política

Comissão da ALBA realiza audiência pública para discutir morte de PMs

A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública abre espaço para sociedade civil debater homicídios de PMs
Ascom DP , Salvador | 25/02/2015 às 09:40
A audiência será dia 3 de março
Foto: BJÁ
A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (24/02), o requerimento do deputado estadual soldado Prisco (PSDB) de realização de audiência pública para tratar da violência contra os profissionais da segurança do Governo do Estado. 

Com o tema "Causas e consequências da violência contra o profissional da segurança pública na Bahia”, a Casa abre espaço para discussão com policiais militares e civis, sociedade civil organizada e qualquer outro cidadão que tenha interesse em debater o assunto. Serão convidados a compor a Mesa, conforme definido em votação desta terça-feira (24/02), além dos deputados que integram a Comissão, representantes da OAB, Comando da PM, da Secretaria de Segurança Pública e da entidade de Direitos Humanos da Anistia Internacional.

A data da audiência será definida na próxima reunião da Comissão, na qual o deputado soldado Prisco é vice-presidente, a ser realizada na terça-feira (03/03), às 9h30. 

“Com a iniciativa pretendemos abrir a Casa para debatermos os dados alarmantes e definirmos estratégias. Cinco militares mortos em menos de dois meses não podem deixar de ser tema de ampla discussão. A violência contra os profissionais da segurança pública deve ser entendida como afronta à segurança”, afirmou soldado Prisco. 

O deputado ainda lembra que ano passado 29 militares e policiais civis foram mortos por criminosos armados. “Este ano, se seguirmos esta tendência, este índice deve aumentar. Não podemos conceber que nossos servidores tenham que se esconder dentro de suas casas temendo ser vítimas da ação de criminosos. Isso, apenas por serem profissionais da segurança pública”, disse soldado Prisco. 

PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

A média de dois profissionais assassinados/mês reflete o risco enfrentado pelo público todos os dias nas ruas da Bahia. A violência tem provocado sérios problemas na saúde mental dos policiais baianos. 

No caso dos militares, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), problemas psicológicos, decorrentes do risco da atividade, são a segunda causa de afastamento do público no Brasil. Isso aliado a sobrecarga de trabalho decorrente do déficit de 34% no quadro da corporação (32 mil homens integram a Corporação quando o ideal previsto em Lei Estadual é de 45 mil servidores da segurança pública). 

Somente este ano, além do militar Edmilson Baiana Barreto, que era lotado no Batalhão de Guardas, também foram assassinados os policiais Leonardo Fernandes Prata, alvejado por assaltantes no dia 12 de fevereiro, no Engenho Velho de Brotas; Adelci Pereira Lima morto durante um assalto a uma quitanda na BA-210, no povoado de Quixaba, município de Sento Sé, no dia 3 do mesmo mês; o Cabo PM Olívio, lotado na 59ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), vítima de bandidos armados que o reconheceram em Monte Gordo, região do município de Camaçari; e o policial militar Anderson Pinheiro, executado na noite de quarta-feira, no município de Alagoinhas, a 116 km de Salvador.