Que PT guloso
G1 , SP |
05/02/2015 às 13:45
Em depoimento concedido ao Ministério Público em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco estimou que o PT recebeu de propina em contratos da estatal uma quantia entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Segundo Barusco, esses valores se referem a propina em contratos da estatal fechados entre 2003 e 2013.
Ele citou também que havia a participação do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, no recebimento das propinas. Vaccari foi levado para prestar depoimento na superintendência da Polícai Federal em São Paulo na manhã desta quinta-feira (5), como parte da nona etapa da Operação Lava Jato. Depois, foi liberado.
"[Pedro Barusco] estima que foi pago o valor aproximado de US$ 150 a 200 milhões ao Partido dos Trabalhadores, com a participação de João Vaccari Neto", diz o documento da Justiça Federal que registra o depoimento de Barusco.
Tambémo na delação premiada, o ex-gerente da Petrobras confirmou que as empresas do chamado "clube de empreiteiras" pagavam propina para ele e para Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. Barusco, que é um dos investigados que firmaram acordo para contar o que sabem em troca de redução da pena, disse aos investigadores que o pagamento de propina se dava em diversos contratos da Petrobras e que havia uma “contabilidade” do suborno das empreiteiras.
Segundo Barusco, participou do esquema, além de Duque, ex-diretor de Serviços, o ex-diretor da Área Internacional, Jorge Zelada.
É a primeira vez que o nome de Zelada aparece em uma delação da Operação Lava Jato. Até agora, o nome dele só havia sido citado na CPI da Petrobras.
Na delação, o ex-gerente confirmou que “organizava isso mediante uma contabilidade, sendo que parte se destinava a Renato Duque, ao declarante [Pedro Barusco] e, excepcionalmente, a Jorge Luiz Zelada”.
Barusco confirmou que, entre 2005 e 2010, ele e Renato Duque receberam propinas “em mais de 60 contratos firmados entre empresas ou consórcios de empresas e a Petrobras”. E que recebeu, a título de suborno, US$ 97 milhões, que se comprometeu a devolver aos cofres públicos.
Na delação, o ex-gerente negou que se as propinas não fossem pagas, haveria represália aos empreiteiros. Barusco afirmou que o “pagamento de propinas dentro da petrobras era lago endêmico e institucionalizado”