Política

SUÍCA ALERTA que trabalhadores da Limburb podem entrar em greve

Petista afirma que empresa está submetendo coletores a carga excessiva de trabalho
, da redação em Salvador | 20/01/2015 às 21:12
Suíca: Limburb persegue trabalhadores
Foto: Limiro Besnosik

O clima entre os trabalhadores da limpeza pública de Salvador e a Prefeitura não está nada bom e pode até resultar em greve justamente no período do Carnaval. Na opinião do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), também diretor do sindicato da categoria (Sindilimp), a culpa pela falta ao serviço dos operários é da própria Limpurb.

O petista acusa a empresa de submeter seus funcionários a uma carga horária de mais de 10 horas diárias e colocar apenas dois coletores trabalhando por caminhão, quando a regra é três. Segundo ele trata-se de um trabalho cansativo, executado sob pressão “em efeito cascata”. Para o edil a Limpurb deveria ter um plano de contenção, caso haja uma greve, pois não há um quadro de garis operacionais para ajudar na limpeza da cidade.

A seu ver a empresa é gerida por um grupo de pessoas com pouco conhecimento de limpeza urbana e que a utiliza como cabide de emprego, “pressionando os chefes das terceirizadas, que vão para cima dos trabalhadores, explorando, humilhando, tratando mal”.

Ele aponta o diretor de operações Ronaldo José Ferreira como responsável pela prática e denuncia firmas como a Revita, que tem em seu quadro 14 chefes sem necessidade: “Devem ser cargos indicados, já que não há como colocar mais na prefeitura ou na Limpurb. Eles exploram os trabalhadores, que não estão aguentando e estão se estressando, não estão conseguindo desempenhar o serviço como deve ser feito. Então hoje esses trabalhadores vivem em uma panela de pressão prestes a explodir”.

A entidade sindical tem se manifestado nas garagens, principalmente da Revita, detentora de 60% da coleta e da varrição da cidade, “mas vai ter que, infelizmente, causar prejuízo deixando a cidade suja, pois a Limpurb, que não tem função de fiscalizar as empresas, quer mandar nas terceirizadas, sem nenhum planejamento da limpeza urbana”.

A coordenadora-geral do órg]ao, Ana Angélica Rabelo, tem tentado convencer as empresas a contratarem mais funcionários. Tendo a Revita contratado um quadro de reserva, mas de forma insuficiente.

“Como vereador tenho buscado fazer uma discussão de planejamento para a cidade, já que não queremos nossos trabalhadores mortos”, diz Suíca. “Trabalhador com poucos dias de trabalho já perdeu três dedos, já teve o carro virado, trabalhadores estressados já atearam fogo em barraca, causando um problema grave. E isso só tem recaído nas famílias e na cidade”.

A falta de solução dos problemas pode desaguar em problemas no Carnaval. De acordo com Ana Angélica o Sindilimp tem buscado dialogar com a prefeitura: “A qualquer momento os trabalhadores vão ter que parar o serviço, para que o setor público e as empresas elaborem, com o sindicato e Suíca, um planejamento da limpeza urbana. A maior culpada de tudo isso é um gestão irresponsável, que não tem dado resposta à cidade do ponto de vista social, de limpeza urbana”.

Segundo o legislador a categoria não quer causar problemas para a cidade, mas também não deixarão seus companheiros morrerem ou serem mutilados: “A gestão do Carnaval em Salvador é outro escândalo, enquanto os trabalhadores da Limpurb, gerentes e supervisores ganham um salário durante os sete dias de carnaval para não fazer nada, os trabalhadores terceirizados estão recebendo propostas de R$ 200 ou R$ 300 para trabalhar os sete dias na avenida, limpando a cidade, e logo depois tendo que ir limpar os demais bairros, sem dormir ou descansar. Querem matar esses trabalhadores”.