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Terra , Paris |
11/01/2015 às 16:24
Paris reuniu o maior número de pessoas na Marcha da Unidade
Foto: Reuteres
AS manifestações celebradas em toda a França este domingo contra o terrorismo e em homenagem aos 17 mortos nos ataques desta semana, reuniram mais de 3,3 milhões de pessoas, segundo cifras provisórias fornecidas pelas autoridades e pelos organizadores e compiladas pela AFP às 15h45 de Brasília (18h45 local).
Nas ruas de Paris, um milhão de pessoas, segundo contagem da AFP e entre 1,3 e 1,5 milhão de pessoas, segundo os organizadores, foram às ruas para participar da Marcha Republicana. Diante da proporção "sem precedentes" da concentração, o Ministério do Interior considerou impossível fazer uma contagem oficial do número de manifestantes na capital.
ATAQUE A REVISTA
A sede da revista Charlie Hebdo, em Paris, foi alvo de um ataque que matou 12 pessoas no dia 7 deste mês. De acordo com testemunhas, dois homens encapuzados invadiram a redação armados de fuzis e, enquanto atiravam nas pessoas que trabalhavam no local, gritaram “vamos vingar o profeta” e Allah akbar (Alá é grande). O semanário já havia sofrido diversas ameaças por publicar charges e caricaturas da figura religiosa de Maomé.
O atentado causou comoção no mundo todo. Manifestações foram organizadas com cartazes escritos "je suis Charlie" (Sou Charlie) e mãos empunhando lápis, o material de trabalho dos quatro cartunistas mortos no episódio.
Cidades da França entraram em alerta máximo para ataque terrorista e 88 mil homens das forças de segurança iniciaram uma caçada aos envolvidos no atentado. Nove pessoas foram presas no dia seguinte. Os irmãos nascidos em Paris e de pais argelinos Cherif Kuachi, 32 anos, e Said Kuachi, de 34, foram identificados como os autores dos disparos. O primeiro já havia sido condenado, em 2008, por ter atuado num grupo que enviava jihadistas ao Iraque.
Nesta sexta-feira (9), a polícia fechou o cerco após os dois irmãos, que estavam foragidos, roubarem um carro e invadirem uma fábrica na cidade de Dammartin-en-Goële, ao norte de Paris, onde mantiveram um refém. Ao mesmo tempo, no leste de Paris, o casal Hayat Boumediene e Amedy Coulibaly matou três pessoas em um mercado judaico e fez outras dez reféns. Coulibaly, que conheceria um dos irmãos Kuachi, foi identificado pela polícia como o autor dos disparos que mataram uma policial na periferia de Paris no dia anterior.
Após horas de negociações, ambos os lugares foram invadidos pela polícia. Em Dammartin-en-Goële, os irmãos foram mortos e o refém liberado. No mercado, um sequestrador foi morto, assim como um refém, e a outra terrorista permanece foragida.