O “desleixo da Secretaria de Educação de Salvador” foi apontado nesta quarta-feira, 7, pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), para quem o setor, na gestão de ACM Neto, está em situação pior que no tempo de João Henrique Carneiro, em função da perda da “autonomia dos técnicos”.
Na opinião do petista o projeto pedagógico Alfa e Beto é comprovadamente racista: “Na realidade há desde a gestão de João Henrique uma politização condenável. Convênios e indicações duvidosas têm desviado a Secretaria do seu papel que é garantir a cidadania e a formação para crianças e adolescentes e fazer da escola uma referência de oportunidades dentro das comunidades periféricas”.
A seu ver “esses objetivos não combinam com parentes de deputados ligados ao prefeito e vereadores próximos da máquina”. O edil até admite que a indicação de Guilherme Bellintani qualifica a pasta, pois o gestor foi considerado o de “melhor desempenho”, mas alerta que a atual subsecretária é “mal vista por servidores”, por sua postura irresponsável e maus tratos.
“Nesse novo desafio, Bellintani deve rever a progressividade de alunos e ouvir mais os técnicos de carreira, o Conselho de Educação, os sindicatos envolvidos nas escolas e na gestão e a sociedade como um todo. Esta educação participativa e uma escola de portas abertas é o que propomos nos programas de governos petistas”, diz Suíca.
Deficientes visuais
O mesmo petista é autor de um projeto de indicação objetivando resguardar o direito a uma educação especializada aos portadores de deficiência visual através de metodologias que visem preparar educadores e instituições de ensino, capacitando e adquirindo máquinas com o Sistema Braille de leitura.
A iniciativa foi motivada pela solicitação de uma mãe que viu a filha enfrentar exclusão dentro de todos os colégios que frequentou. A criança tem dez anos e nos últimos quatro anos enfrenta sérios problemas por conta de professores que se recusam a fazer um curso de capacitação no Instituto de Cegos da Bahia (ICB), localizado no bairro do Barbalho.
“Eles se recusaram e minha filha está prejudicada. Está toda atrasada nos estudos e não posso fazer nada porque a Constituição não obriga o professor a tomar o curso”, disse Marluce dos Santos. Outro ponto questionado é a falta de provas adaptadas para os deficientes, que não são encaminhadas pela Secretaria de Educação Municipal.
Para Suíca, a indicação reflete a necessidade de diminuir os constantes conflitos existentes na esfera educacional, principalmente, pela falta de programas que visem a assistência aos deficientes visuais: “Estamos na luta pela inclusão de todos e não podemos deixar que casos como o desta criança de dez anos sejam repetidos. Estamos solicitando que esta indicação seja abraçada pelo poder municipal e vamos acompanhar o desdobramento”.