O tempo é de férias, mas a oposição não pretende dar tréguas a ACM Neto (DEM). Para o líder oposicionista na Câmara “o presente de Natal do prefeito para o povo de Salvador é um pacote de reajustes: 6,3% no IPTU e 7,14% na passagem de ônibus”.
Em sua opinião o discurso do alcaide não é coerente com as críticas constantes do DEM e do PSDB ao que denominam de “inflação alta” e “crise econômica”. No entender do petista o prefeito contribui para que Salvador seja “a capital da inflação alta” e para a corrosão do salário dos trabalhadores.
A seu ver nunca, em uma administração municipal, foi tão explícita a prioridade dada aos interesses das empresas de ônibus em detrimento dos usuários. Exemplos disso são as supressões de linhas e o anunciado reajuste de 7% na tarifa a partir de janeiro de 2015: “Linhas são extintas sem consulta prévia aos moradores, principalmente nos bairros populares, com a justificativa de baixa demanda, um eufemismo para dizer que não são lucrativas”.
De acordo com Gilmar a prefeitura leva em conta, acima de tudo, o lucro dos associados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps): “Em muitos casos, o usuário que pegava um ônibus para chegar ao destino agora é obrigado a pegar dois”.
Ele cita a diferença entre o executivo democrata e o gestor de São Paulo, Fernando Hadad (PT), que implementou o passe livre para estudantes de escolas públicas, universitários do Prouni, Fies e cotistas e manteve o congelamento das tarifas de bilhete único.
“Essa é a diferença entre quem governa para a maioria da população e quem só defende os interesses das empresas de ônibus: enquanto apenas 8% dos paulistanos usuários de transporte público pagarão a tarifa reajustada para R$ 3,50; aqui, o reajuste atinge 100% dos usuários soteropolitanos, sem levar em conta que Salvador tem uma dos custos de vida mais altos do país”, criticou.
Desserviço da oposição
Outro petista, Luiz Carlos Suíca se posicionou em relação às decisões políticas que seu partido e o governo da presidente Dilma devem tomar para conter os ataques da oposição. Para ele os políticos opositores no Congresso Nacional “estão prestando um desserviço à população brasileira ao atacar a Petrobrás da maneira que vêm fazendo. Se tiver culpados devem ser responsabilizados, mas a tentativa é de enfraquecer a maior empresa pública da América Latina para atingir o governo de Dilma, e não para esclarecer o caso, isso é notório”.
A seu ver cada militante deve assumir essa bandeira de defender a empresa e de pressionar a justiça para que os culpados sejam apresentados, o que para ele “evitaria todas essas acusações infundadas de uma direita confusa e raivosa”.
Ele lembrou também do movimento de junho de 2013, dando legitimidade aos movimentos sindicais e sociais: “Devemos ampliar esses debates sobre a reforma política em 2015 e questionar o sistema político vigente no nosso país. Acredito que se não fizermos a reforma vamos continuar dando murro em ponta de faca, sobretudo se as eleições continuarem sendo marcadas por dinheiro de capital privado. Nesse contexto, no final das contas, a população é que sai prejudicada, já que o político eleito não cumpre suas promessas, muito às vezes, por está atrelado às dívidas ‘conquistas’ durante a campanha - por causa do apoio de determinada empresa”.
Em sua opinião tanto o governador Rui Costa quanto a presidente Dilma devem gerir a democracia com a aplicação da lei: “Vamos seguir com a mesma transparência na administração, com os diálogos com os movimentos, com participação popular, ética e combatendo corrupção”.