Política

GILMAR E ALADILCE reinvindicam melhorias para o transporte público

Gilmar acusa o prefeito de entravar a plena operação do Metrô. Aladilce promoveu audiência pública
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 17/12/2014 às 17:01
Gilmar e Aladilce debate sobre o transporte público
Foto: LB

O líder da oposição na Câmara de Salvador, vereador Gilmar Santiago (PT), acusou o prefeito ACM Neto e seu secretário de Transportes, Fábio Mota, de criar entraves para a plena operação do Metrô: “A primeira justificativa foi a tarifa, agora, segundo o secretário, é a falta de local para os ônibus pararem na Rótula do Abacaxi e no Retiro. É um argumento falacioso, porque todo mundo sabe que nesses dois locais existem estações de integração metrô-ônibus”.

Para o petista a atual administração municipal deseja mesmo é favorecer o sindicato das empresas de ônibus: “Foi assim com a construção da estação Bonocô, cujo alvará demorou seis meses para ser concedido, é assim com a linha dois, que ainda não teve o alvará liberado após sete meses da solicitação”.

De acordo com Gilmar o novo prazo anunciado por Mota para a integração dos modais é o final de janeiro, a seu ver uma grande coincidência, pois para a mesma época está previsto o lançamento da licitação do sistema de transporte BRT, que utiliza ônibus, portanto de maior interesse dos empresários da área.

Prova de fogo

Na avaliação de Santiago 2015 será o início da “prova de fogo” para Neto: “Será um ano de mais cobranças dos soteropolitanos, pela falta de ações na periferia, com o debate do PDDU e a oposição estará mais coesa”.

A seu ver nos primeiros dois anos de gestão foi criado um ambiente positivo na cidade pelas obras do governo do estado, que beneficiaram indiretamente o prefeito: “Quando avaliamos as ações do biênio questionamos quantas escolas e creches foram construídas e o que foi feito por ele para melhorar a mobilidade, que não se resolve apenas com recapeamento asfáltico”.

Ainda em sua avaliação o governador Jaques Wagner termina seu último mandato com avaliação positiva, ao contrário do que propalam os partidários do prefeito: “a prova disso é que ele se elegeu duas vezes e elegeu o sucessor no primeiro turno, com uma vitória em Salvador, onde o prefeito dizia que iria ganhar com 500 mil votos de frente”.

Debate público

O oposicionista participou também da audiência pública promovida pela Ouvidoria da CMS, na última terça-feira, 16, no Centro de Cultura, sobre o sistema de transporte da capital baiana para 2015. O encontro debateu temas como má qualidade do serviço de transporte público em Salvador, criação de novas linhas de ônibus, frota adaptada para pessoas com deficiência e valor da tarifa.

Durante a reunião foram apresentadas propostas para a melhoria dos serviços prestados pelos consórcios vencedores da licitação realizada em julho pela prefeitura para operar o sistema de transporte urbano a partir de 2015.

Para a ouvidora-geral, Aladilce Souza (PCdoB), é positiva a regularização do sistema de transporte, mas é preciso atenção também para as reivindicações levantadas durante os debates promovidos pelo órgão, com participação do Ministério Público Estadual, antes da licitação, como a criação do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, o cumprimento das leis referentes à acessibilidade, menor tarifa e prazo contratual mais curto.

Em sua opinião “a questão do transporte em Salvador é estruturante para o nosso desenvolvimento e é fundamental para mobilidade das pessoas. É urgente qualificar esse transporte”.

Reclamações

Na audiência houve reclamações sobre a indefinição dos roteiros dos ônibus e da supressão de linhas como na Estação Mussurunga, além dos problemas nos bairros de São Caetano, Ladeira do Cacau, Nova Constituinte, Pirajá, Estação da Lapa e no Residencial Quinta da Glória em Itinga.

Fábio Mota foi questionado sobre integração das tarifas do metrô e do ônibus, falta de coletivo 24 horas, passe livre para pessoas com deficiência, o funcionamento do Conselho Municipal de Transporte, falta de abrigos e banheiros nas estações e o estado de conservação da frota.

Em resposta ele admitiu os problemas apontados, mas disse ter esperança nas melhorias, uma vez que, depois de 40 anos sem licitação no transporte público nem planejamento global o serviço terá “um sistema mais sólido porque há a união das empresas que farão os investimentos necessários, o que vai permitir melhorar a infraestrutura das vias”.

Participaram ainda da audiência representantes de 40 entidades sociais, como o Movimento de Mobilidade Urbana de Lauro de Freitas, Federação das Associações de Bairro de Salvador e Movimento em Defesa da Moradia além dos edis Vânia Galvão (PT), Kiki Bispo (PTN), Hilton Coelho (PSOL) e Silvio Humberto (PSB).