Sessão quente na Assembleia Legislativa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
10/12/2014 às 17:23
Projeto deverá ter sua votação concluída ainda hoje
Foto: Paulo Mocofaia
Um inesperado e inflamado discurso do deputado pastor Isidório (PSC), da base do governo, gerou o maior debate na Assembleia Legislativa que tenta votar ainda hoje o PL da Reforma Administrativa de Rui Costa. Isidório disse que concorda em tudo com o governador eleito, admite que ele não deseja prejudicar os servidores que deverão ser demitidos e solicitou ao líder do governo, deputado Zé Neto (PT), que fosse criada uma comissão para discutir o projeto antes de sua votação.
Era tudo que o líder da oposição, deputado Carlos Gaban (DEM) queria para pedir que a sessão fosse suspensa e fosse criada uma comissão constituida por 5 parlamentares, suprapartidária, para discutir a demissão dos 2.000 servidores previstas pelo PL. "Esses servidores vão ser colocados no olho da rua sem mais nem menos, sem uma discussão, sem nada", frisou.
Para o líder do PT, deputado Rosemberg Pinto, o PL já prevê a criação de uma Comissão para analisar o afastamento de servidores e, portanto, "não há necessidade de suspender a sessão nem se criar uma comissão, aqui e agora para discutir essa matéria, até porque, ontem sai daqui da Casa às 10 da noite analisando com os servidores essa situação".
Entende Gaban, que essa (a permanência de Rosemberg até às 10 da noite) seria uma razão óbvia de que o PL da Reforma Administrativa de Rui merece uma melhor análise e não pode ser votado a toque-de-caixa.
SERÁ VOTADO
Logo cedo, na abertura da sessã, quando ainda só havia 8 deputados da base governista em plenário, Gabana solicitou verificação de quórum, mas, a pedido do deputado Aderbal Caldas foi solicitado que o presidente determinasse tempo de 15 minutos e conclamasse a presença dos deputados em plenário. Em pouco tempo, o líder Zé Neto (PT), já contabilizada 23 deputados presentes e a sessão seguiu.
Com as galerias lotadas por servidores da EBAL, EBDA e Bahiatursa que serão exonerados e sem a presença de representações sindicais, os servidores vaivam os deputados governistas e aplaudiam os da oposição.
No entendimento do deputado Carlos Geilson, PTN, por mais que o líder do governo minimiza a demissão dos servidores "ninguém acredita na conversa de Zé Neto de que poderá haver alguma compensação aos exonerados".
Já o deputado Isidório, que é da base governista, disse que tinha sido eleito como o segundo deputado mais votado da Assembleia e deve isso também aos servidores e, de forma alguma ficaria contra eles. "Nãzo sou deputado camaleão e o governo tem como amparar esses servidores que serão demitidos em outros órgãos do estado".
Para o deputado João Carlos Bacelar (PTN) o desenho do novo governo de Rui Costa é de demissões, de perseguição a servidores concursados. E questinou: "Existem milhares de Redas no Estado, cargos apadrinhados, porque não fazem essa troca", frisou.
A sessão segue a matéria deverá ser votada logo mais à noite. Estamos acompanhando.