Política

CÂMARA de Salvador promove audiência sobre violência contra jovens

Encontro está marcado para 10 de dezembro, às 8h30min, no Centro Cultural da CMS
, da redação em Salvador | 02/12/2014 às 10:00
Hilton: violência tem o componente do racismo
Foto: Limiro Besnosik

A Câmara de Salvador realizará no próximo dia 10, às 8h30min, no auditório do Centro Cultural, uma audiência pública sobre “Violência, extermínio e desaparecimento de adolescentes e jovens em Salvador”, promovida pelas Comissões Especiais de Defesa da Criança, da Família e dos Direitos das Mulheres; do Adolescente; de Educação; da Reparação; Ouvidoria e Frente Parlamentar da Juventude.

O objetivo é debater os recorrentes casos de violência contra jovens e adolescentes. Segundo Hilton Coelho (PSOL), presidente do colegiado de defesa da criança e do adolescente, “estatísticas apontam que entre 2009 e 2012, 6.483 pessoas foram assassinadas na capital baiana sendo a maior parte na faixa etária de 19 aos 24 anos. O Legislativo precisa se posicionar e servir de canal para denúncias e buscas de soluções”.

Ele lembra o acontecido no mês de agosto, quando cinco jovens foram sequestrados no Subúrbio Ferroviário, em menos de 48 horas. No episódio mais recente Davi Fiúza, 16 anos, sumiu no dia 24 de outubro em São Cristóvão, em Salvador, durante abordagem de policiais militares.

Para o socialista “os casos quase sempre envolvem jovens negros. O racismo está diretamente ligado aos casos. Cesare Lombroso (1835-1909) procurava características que permitissem identificar o ‘delinquente nato’ de um indivíduo ‘normal’. E essa teoria do ‘delinquente nato’ influenciou e influencia diretamente nas políticas públicas, sociais e criminais do Brasil e do mundo. Não podemos e não vamos aceitar como natural as mortes e desaparecimento de nossos jovens. É preciso que esse fato saia das páginas policiais e ganhe as páginas de política. Os interesses da sociedade e da juventude vitimizada e violentada precisam ser defendidos. A audiência pública no dia 10, quarta-feira, é mais um instrumento neste processo que deve ser de todas e todos”.