Os trabalhadores municipais da educação bem que pressionaram: lotaram as galerias e escadarias da Câmara de Salvador, fizeram muito barulho, com gritos e apitaços, mas de nada adiantou. Mais uma vez os vereadores não estavam em número suficiente em plenário nesta quarta-feira, 19, para votar as matérias que estão trancando a pauta e impedindo de apreciar e aprovar o Plano de Cargos e Remuneração da categoria.
A oposição criticou duramente a bancada governista por ter se ausentado e impossibilitado o quórum mínimo da 22 presentes à sessão. Os situacionistas, por sua vez, alegaram estar solidários à inesperada hospitalização de Alfredo Mangueira (PMDB) e Joceval Rodrigues (PPS), este último tendo passado por uma cirurgia de emergência na parte da manhã, no Hotel da Bahia.
Para o líder da oposição, Gilmar Santiago (PT) os governistas “precisam arrumar outra desculpa, essa não cola”, opinião compartilhada pelos colegas Moisés Rocha, Vânia Galvão e Henrique Carballal (PT), Hilton Coelho (PSOL), Aladilce Souza e Everaldo Augusto (PCdoB), Fabíola Mansur e Silvio Humberto (PSB), entre outros.
Waldir Pires (PT) lamentou a frustração das expectativas dos servidores, classificando a atitude dos governistas como sinal da falta de compromisso com os anseios do povo, especialmente num setor tão importante para a sociedade como a educação. A seu ver tratou-se de um desrespeito à própria democracia, pois o acordo firmado com os educadores foi descumprido.
O próprio presidente Paulo Câmara (PSDB) disse não saber o porque da recusa de seus pares em dar continuidade à sessão, embora ressaltasse que a votação do plano da educação está assegurada através de acordo entre as bancadas e defendesse o alegado gesto solidário a Joceval e Mangueira.
O resultado da sessão levou os dirigentes da APLB Sindicato e os manifestantes a se reunir no final da tarde e decidir uma paralisação de três dias (segunda, terça e quarta-feira próximas) como forma de pressão ao legislativo, além de continuar se fazendo presentes no plenário e nas dependências da CMS.