Gaban diz que se trata de um absurdo e questionou se a propina já está incluida nos R$800 milhões
Tasso Franco , da redação em Salvador |
18/11/2014 às 18:20
Deputado Carlos Gaban (ao fundo) diz que vai convocar Gabrielli para explicações
Foto: BJÁ
Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 18, o deputado Carlos Gaban, líder da oposição na Casa, considerou uma "falta de respeito" por parte do governador Jaques Wagner ter enviado a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado para a apreciação do Poder Legislativo, "pelas mãos do secretário do Planejamento, Ségio Gabrielloi, o qual tem seus bens bloqueados pela Justiça e está sendo investigado pela Petrobras na Operação Lava Jato e compra da refinaria de Passadena".
Gaban destacou que vai propor uma convocação de Gabrielli, mas, para que "ele venha a esta Casa se explicar" diante do escândalo que envolve a Petrobras. O parlamentar oposicionista leu o documento no qual o Conselho de Administração da Petrobras decidiu na sexta-feira, 14, encaminhar pedido de abertura de ação civil contra 15 funcionários, incluindo José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal, e Nestor Cerveró, o ex-diretor da área Internacional, além de dois estrangeiros.
A decisão é devido à polêmica compra em 2006 da refinaria de Pasadena, no Texas, responsável por um prejuízo de US$ 792,3 milhões.
Na opinião de Gaban é preocupante que o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, tenha sido acolhido pelo governador Jaques Wagner como se com ele estivesse tudo bem, mas, o que se verifica a cada dia que as investigações avançam e novos fatos são relevados pela imprensa é um escândalo na Petrobras de proporções gigantescas, sobretudo no período em que Gabrielli foi presidente da estatal.
O lider do PT, deputado Rosemberg Pinto, em defesa de Gabrielli e da Petrobras disse que o ex-presidente já prestou todos os esclarecimentos sobre a compra de Passadena, o negócio foi legal e bom para a empresa, nas circunstâncias e no momento da compra.
EMPRÉSTIMO DE R$800 MILHÕES
Gaban também criticou o pedido de solicitação do governo do Estado para que a Assembleia autorize um empréstimo junto a Caixa no valor de R$800 milhões para obras de ampliação do Metrô.
"A oposição não vai votar favorável a um projeto dessa natureza sobretudo porque esses recursos deverão ser repassados para empresas cujos diretores foram presos, recentemente, pela Policia Federal na Operação Lava Jato. Então, vão repassar esses recursos a empresas que estão sendo investigadas!", frisou admirado.
Gaban questionou, ainda, se "nesses R$800 milhões já esgtão incluidas as propinas". O líder do governo, deputado Zé Neto, PT, não respondeu aos questionamentos de Gaban. A Assembleia deverá vogar este PL (dos R$800 milhões) e o que reestrutura a Policia Militar ainda nesta terça-feira.