Política

CÂMARA de Salvador debate organização do Carnaval 2015

Resultado da reunião será encaminhado ao prefeito e ao Conselho do Carnaval
, da redação em Salvador | 17/11/2014 às 19:23
Audiência sobre o Carnaval foi concorrida
Foto: Valdemiro Lopes

A festa de momo 2015 em Salvador foi mais uma vez a debate nesta segunda-feira, 17, pela manhã, no foyer do Centro de Cultura da Câmara Municipal, durante audiência pública requerida e dirigida pelo vereador Henrique Carballal (PT), presidente da Comissão Especial do Carnaval.

A principal discussão foi sobre as taxas cobradas pela prefeitura aos blocos e camarotes, além de possíveis mudanças para reoxigenar a festa no Centro, destacando o retorno da folia na Avenida Carlos Gomes e a utilização do Comércio como circuito alternativo.

O petista destacou a vontade conjunta de vereadores, instituições, blocos e camarotes na melhoria da festa: “O povo de Salvador é a riqueza dessa cidade. O poder público tem o papel de investir adequadamente para que sejamos de fato a terra da alegria. O Carnaval não é apenas em fevereiro, mas durante todo o ano. Juntos, temos o potencial para voltar a destacar o Carnaval de Salvador”. O resultado do encontro será encaminhado ao prefeito ACM Neto e ao presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Pedro Costa.

Avanços

Cláudio Tinoco (DEM) ressaltou os avanços conquistados pela Comissão: “Realizamos um evento em maio do ano passado com palestras e temas sobre as diversas manifestações da festividade, onde empresários e instituições estiveram presentes para discutir as melhorias e os avanços na festa”.

Duda Sanches (PSD) defendeu a preservação da imagem do Carnaval com o redirecionamento de investimentos não utilizados: “Temos que valorizar quem realmente faz a festa. Proponho aqui a criação de um requerimento em que os investimentos não utilizados na festa sejam redirecionados aos blocos carnavalescos, para que possam suprir suas necessidades e gastos”.

Para Moisés Rocha (PT) não pode haver conflitos na gestão da festa: “Temos que enxergar todos como colaboradores na construção não apenas de uma festa, mas de um legado. O Carnaval é um investimento na economia e no turismo”.

Lamentando o atual cenário do Carnaval, vendo-o em processo de enfraquecimento, o vereador Pedrinho Pepê (PMDB) declarou que “o Carnaval é a galinha dos ovos de ouro de Salvador e as taxas elevadas estão matando a festa”. Defendeu também uma atuação específica da Comissão do Carnaval para reduzir as taxas e reanimar a festa.

Ausência

Arnando Lessa (PT) se disse indignado e cobrou a presença na audiência do secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, Guilherme Bellintani, considerando a existência de um “jogo de interesses nos bastidores”. Segundo ele “os decretos são iguais para todos, e temos que defender a realização da festa da melhor forma. Se é para arrecadar dinheiro, que se cobre maiores taxas de quem lucra mais e menores para quem lucra menos”.

Na opinião de Alcindo da Anunciação (PT) “se essa reunião não conseguir retirar as taxas existentes, de nada valeu”. No seu entendimento, “o Executivo só sede com pressão popular”. O vereador Suíca (PT) também defendeu a isenção das taxas para os blocos afoxés.

O Comcar vem discutindo alternativas para o estacionamento dos trios na Rua Carlos Gomes, no circuito do Campo Grande, cujo percurso foi modificado neste ano de 2014 e segue ainda sem definição para 2015. Para a entidade a exclusão da Carlos Gomes no percurso atrapalhou a passagem dos blocos que saíram do Centro Histórico. Umas das opções cogitadas seria a volta da concentração para o Corredor da Vitória, com a ida dos blocos até a Praça Castro Alves e até retorno pela Carlos Gomes. O encontro cogitou a criação de mais um circuito, no Comércio.