A proposta orçamentária apresentada pelo prefeito ACM Neto para 2015 foi mais uma vez criticada pelo vereador Hilton Coelho (PSOL), para quem o setor popular será mais penalizado pela atual administração, enquanto as grandes empresas serão favorecidas: “As áreas sociais vão perder cerca de R$ 150 milhões de um ano para outro, mais do que a redução global do orçamento, que é de R$ 120 milhões. Onde a prefeitura investirá este dinheiro? Com certeza não será nos interesses populares”.
O socialista defende um orçamento municipal com ampla e total participação da população: “Ele permite a cada pessoa definir os destinos da nossa cidade, empodera a sociedade e fortalece o poder local, fazendo o compartilhamento de poder entre gestão e população, e fiscaliza as ações do governo, além de ajudar na elaboração e implementação das peças orçamentárias: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); Lei Orçamentária Anual (LOA) e Plano Pluarianual (PPA). Do jeito que faz ACM Neto e seus antecessores, a decisão fica na mão dos grandes empresários”.
Segundo sua análise a Superintendência de Políticas para a Mulher (SPM), as ações para promoção da cidadania LGBT, os conselhos de direitos e a Secretaria Municipal de Reparação (Semur) são áreas atingidas. Em compensação, aponta, não faltam recursos para os setores que, em seu entender, dominam a cidade: “A máfia dos transportes, a máfia das empreiteiras e a máfia do lixo”.
Em sua opinião “para a máfia dos transportes e das construtoras serão destinados R$ 426 milhões, cerca de 8% de todo o orçamento, para a construção do corredor Iguatemi-Lapa e do Programa Salve Salvador. A máfia das construtoras será agraciada, também, com outros R$ 120 milhões, destinados à construção de um Centro Administrativo de Salvador. O objetivo aqui é claro. Construir espaços administrativos que sejam imunes à pressão popular, como foi pensado o CAB e a própria cidade de Brasília”.
A “máfia do lixo”, afirmou o edil, “abocanha nada menos do que R$360 milhões, destinados para a limpeza pública e para o aterro sanitário. As críticas à forma de pesagem do lixo se avolumam contra a Prefeitura, assim como o Ministério Público questiona a qualidade do aterro sanitário de Salvador. Um crescimento de R$17 milhões em relação ao ano de 2014, mesmo a Prefeitura prevendo cenário de crise em 2015”.
Em suas contas os cortes atingirão, por exemplo, a alimentação escolar, a educação fundamental e ações voltadas para a população de rua: “Já para as grandes máfias que dominam a cidades há décadas, ACM Neto destinou 15% (R$ 900 milhões) do orçamento. Isto mostra a serviço de quem está a atual administração”.