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Da Redacion , Salvador |
20/10/2014 às 16:50
Aécio no santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais
Foto: Estado de MG
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (PSDB), disse que não pretende usar o critério partidário para montar seu gabinete de governo, caso seja eleito. Segundo ele, o pré-requisito será a qualidade técnica. Em meio a críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, o tucano disse que sua proposta é de “encerrar o ciclo do PT”. “ Meu projeto é de união nacional, meu projeto é de resgate de valores na vida pública, da ética, da decência. E um projeto que vai buscar nos melhores brasileiros e não nos aliados os quadros para governar o país. A minha propostas é uma proposta corajosa de colocar fim a esse ciclo de governo que aí está”, disse, em visita nesta segunda-feira ao Santuário da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
"Fiz questão de iniciar essa última semana da campanha eleitoral nas minhas raízes e ao lado daquilo que mais bem me faz à alma. Estou aqui no nosso Santuário [Nossa Senhora da Piedade] para pedir à Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, que me dê forças e capacidade para vencer as eleições, mas muito mais do que isso, para enfrentar adequadamente os desafios que nós teremos pela frente. Iniciei aqui a minha campanha, a minha caminhada ao lado do [ex-] governador [Antonio] Anastasia, hoje senador da República eleito, como faço em todas as minhas eleições. Para mim é o mais importante em uma caminhada dessa dimensão é dizer a verdade, reiterando a cada instante a minha profunda fé em Deus, mas mais do que isso, a minha confiança de que podemos dar a todos os brasileiros um governo honrado, um governo digno, um governo eficiente".
- Estar aqui pra mim é um conforto. Um conforto à minha alma, ao meu coração e que essas montanhas de ferro que nos cercam possam me dar a força para concluir de forma digna e honrada essa caminhada, e que a nossa padroeira, Nossa Senhora da Piedade, possa me iluminar para dar aos brasileiros o governo que os brasileiros merecem. Isso não é um ato de campanha. Isso na verdade é um retorno às minhas origens, às minhas raízes, aos meus valores. E quem não cultiva e pratica valores, valores da ética, da generosidade, do amor ao próximo certamente não está à altura de conduzir o Brasil e os brasileiros por essa próxima quadra. Portanto, estou muito feliz de voltar aqui hoje, em seguida, vou a Belém do Pará, volto ainda a São Paulo amanhã e estarei andando por alguns Estados da Federação, mas saio daqui energizado e com muita coragem mesmo para enfrentar os desafios e vencer essas eleições.
Foco na reta final da campanha
Eu vou falar a verdade, talvez essa seja a maior das diferenças. Eu vou pregar um Brasil novo no futuro. Eu não vou fazer uma campanha nesses últimos dias - até porque não fiz até aqui - olhando para o passado, buscando comparações com o passado. A minha proposta permitirá ao Brasil se reencontrar. O meu projeto é um projeto de união nacional. É um projeto de resgate dos valores na vida pública, da ética, da decência, é um projeto que vai buscar nos melhores brasileiros e não nos aliados, os quadros para governar o país.
É uma proposta corajosa, de colocar fim a esse ciclo de governo que aí está, que nos deixará como herança perversa um quadro econômico extremamente grave, indicadores sociais deixando de melhorar, para iniciarmos um novo ciclo, um ciclo generoso, um ciclo em que o adversário político não seja tratado como inimigo a ser dizimado, a ser abatido a qualquer custo. Aqui de Minas é muito adequado que eu faça esse convite que eu faça esse convite inclusive à nossa adversária. Vamos falar de futuro, vamos falar de projeto, vamos mostrar as diferenças entre nossos projetos. Vamos fazer uma campanha que, sobretudo, respeite aos brasileiros.
Sobre o agravamento da crise hídrica em São Paulo
Vi essa questão da água sendo muito discutida na campanha de São Paulo. Vimos o resultado de São Paulo. Acho que os paulistas compreenderam o esforço do governador do Estado, Geraldo Alckmin, fez. É uma questão grave. Nós estamos tendo a maior estiagem dos últimos 80 anos. O Estado fez algo que, a meu ver, foi absolutamente adequado no momento em que propõe bônus para aqueles que economizam água em razão dessas circunstâncias, mais de 80% da população participou disso, talvez o que tenha faltado seria uma parceria maior do governo federal. Por exemplo, a Agência Nacional de Águas - criada no governo do presidente Fernando Henrique [Cardoso] - se não tivesse no governo do PT servido a outros fins, nós nos lembramos bens quais foram as indicações, quais os critérios para se ocupar cargos de diretoria da ANA, ela poderia ter sido uma parceira maior do governador. O que eu posso garantir é que eu presidente da República serei um grande parceiro, não apenas de São Paulo, mas também de outros Estados que também vivem esse problema, para planejarmos e investirmos juntos.
O meu governo, seja na questão da água, seja na questão da segurança, seja na questão da economia, não vai terceirizar responsabilidades. Vai assumir as suas responsabilidades e vai agir em parceria. No caso específico de São Paulo, serei o grande aliado, o grande parceiro do governador Geraldo Alckmin para enfrentarmos essa e outras questões como a da mobilidade, como a da segurança pública, assumindo cada um a sua responsabilidade.
Debates propositivos
Prefiro esse tipo de debate em que as pessoas podem falar de idéias e de propostas. É o que continuarei a fazer até o final da campanha, apenas não aceitarei a infâmia, a mentira, a calúnia e a deturpação. Obviamente elas serão respondidas. Mas eu espero, em respeito aos brasileiros, que nós possamos até o final dessa campanha discutir o que interessa aos brasileiros. Os brasileiros querem saber como é que a saúde pública vai melhorar, saber qual o papel do governo federal no enfrentamento da criminalidade - papel que ele não vem ainda exercendo adequadamente, como nós vamos tirar o Brasil dos últimos lugares nos rankings internacionais de qualidade da educação e como vamos fazer o Brasil voltar a crescer, porque país que não cresce, não gera empregos. [Os brasileiros querem saber também] como nós vamos fazer para controlar a inflação, que o atual governo considera - pela voz da presidente da República - que está sob controle. Nós ouvimos isso nos três últimos debates. Como eu acho que não está sob controle, eu vou decretar guerra à inflação. Tolerância zero. Nós vamos tirar esse fantasma de novo da vida da dona de casa, do trabalhador brasileiro. As nossas propostas são muito diferentes. E eu quero ter oportunidade nesses dias que nos separam da decisão final, de mostrar essas diferenças. Da minha parte, sempre com respeito.