Uma audiência pública, promovida pela Ouvidoria da Câmara de Salvador discutiu nessa segunda-feira, 29, a atual crise do Hospital Espanhol, com a presença de doze entidades sociais. Os participaram combinaram agendar reunião com o Conselho Estadual de Saúde e uma audiência com o governador para tratar dos problemas levantados.
Para a ouvidora-geral, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a unidade é um patrimônio a serviço da saúde e toda a sociedade deve apoiar a luta dos seus trabalhadores: “O hospital presta importantes serviços na nossa cidade, é uma entidade filantrópica que tem responsabilidade com os interesses públicos porque recebe recursos do SUS”.
De acordo com a representante do Sindicato dos Enfermeiros, Lúcia Duque, os trabalhadores estão há cinco meses sem receber seus salários, além de não ter perspectivas de quando serão pagos: “O objetivo maior desta audiência é que o Ministério Público do Trabalho faça a intervenção urgente em qualquer recurso que entre no hospital”.
Segundo o procurador chefe do Ministério Público do Trabalho, Alberto Bastos Balazeiro, já foi declarado bloqueio de R$8 milhões para garantir o pagamento dos empregados, mas que este valor ainda não está disponível porque será feita uma avaliação de bens. Recomendou que os sindicatos trabalhem em conjunto ajuizando ações, já que há uma dificuldade de análise individual dos casos.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), representada por Marta Rejane Batista, informou que todos os pacientes foram relocados para outras unidades de saúde, e que tudo que foi solicitado foi dado o encaminhamento devido, com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e clínicas. Acrescentou, ainda, que o hospital conta com 237 leitos e 50 de UTI. As vagas destinadas ao SUS chegam a 75 (31% dos leitos), sendo que 54 são contratadas pela SMS.
Participaram da audiência o vice-presidente do Sindicato dos Médicos do estado da Bahia (Sindmed), Luís Américo Pereira Câmara; o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaude), Jorge da Silva; o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Bahia da Rede Privada, Jamilton da Anunciação Góes; o conselheiro do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), César Amorim; a representante do Fórum Independente dos sócios, Amigos e Colaboradores do Hospital Espanhol, Délia Cervino; e o médico Ângelo de Castro Lima.