“Só podemos acreditar que há uma política deliberada de enfraquecer e mesmo sucatear as universidades estaduais. Manifestamos nossa irrestrita solidariedade e apoio às mobilizações dos docentes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb)”, disse nesta sexta-feira, 18, o vereador Hilton Coelho (PSOL).

Para o integrante da Comissão de Educação da Câmara de Salvador o governo estadual está deliberadamente colocando em prática uma política de enfraquecimento das universidades estaduais, através da contínua redução no orçamento dos recursos para investimento e custeio.

Ele chama a atenção da opinião pública para a necessidade de apoiar o movimento não apenas dos docentes, mas de toda a sociedade, em defesa das instituições: “Além do descaso patente, constatamos o desrespeito aos direitos trabalhistas, a exemplo das promoções, progressões e alteração no regime de trabalho. É mais do que necessário o mínimo de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para a sobrevivência das universidades e ampliação do quadro de vagas imediatamente”.

O socialista sugere que o governo encaminhe à Assembleia Legislativa um projeto de lei alterando a atual legislação que vincula a quantidade de vagas às classes previstas na carreira do magistério superior: “Por que se amplia tanto o estrangulamento do quadro de vagas, que implica em muitas turmas sem professor e aumentam-se os contratos de professores substitutos precarizados e a sobrecarga de trabalho para os docentes?”.

Para ele a situação das universidades é grave e exige uma ação imediata: “O governador deve sair dos palanques eleitorais e administrar. Continua sendo o governador até o dia 31 de dezembro e não um cabo, ou melhor, um soldado eleitoral. Enquanto o mundo da propaganda diz que vivemos no melhor dos mundos na educação na Bahia, nas universidades faltam professores, salas e infraestrutura”.

Em breve, prevê, elas não terão nem como comprar materiais, equipamentos, nem dar continuidade às obras de reformas e construção. O déficit no quadro de vagas ataca diretamente professores e técnicos, que estão sobrecarregando e enfrentando problemas de saúde em decorrência da estafa. Falta ainda, na opinião do vereador, um eficaz programa de permanência estudantil para auxiliar alunos de baixa condição financeira. E adverte: “Até quando tanto descaso com a educação superior? Basta de sucatear as universidades estaduais”.