Veja decisão tomada por Valois
Livia Santana , Salvador |
20/08/2014 às 17:40
Luislinda Valois é candidata pelo PSDB
Foto: BN
A desembargadora Luislinda Valois, candidata a Deputada Federal pelo PSDB, se submeteu a um exame internacional para descobrir detalhes da sua ancestralidade. A primeira mulher negra a vestir a toga de magistrada no Brasil, não coincidentemente a primeira a também assinar a primeira sentença contra o racismo no país, foi uma das pioneiras a realizar o exame Brasil. “Sempre me orgulhei muito da minha origem. Por isso, quanto mais puder conhecer minhas raízes, melhor”, afirma a candidata a Deputada Federal.
Amostras de saliva de Luislinda Valois foram coletadas pela equipe do African Ancestry, laboratório localizado em Washington, nos Estados Unidos, com o intuito de fazer um mapeamento genético para identificar a porcentagem da participação de cada povo africano na genealogia dos negros. A base de dados do laboratório inclui mais de 200 etnias de vários países da África, especialmente do Ocidente.
Embora tenha sido uma das primeiras pessoas no Brasil a investir nesta importante iniciativa, a desembargadora Luislinda ainda não recebeu seu laudo. “Sei que algumas pessoas já receberam e estou ansiosa para também, solenemente e com a divulgação habitual, obter o meu resultado. Quero saber e levar ao conhecimento da humanidade detalhes da minha ancestralidade, do país de onde vim da África”, declara a candidata ainda na expectativa.
Assim como a baiana Luislinda Valois, mais de cem negros brasileiros, dos cinco estados que receberam maior número de africanos desde a escravidão, foram submetidos ao exame de DNA e darão depoimento sobre o resultado em uma série de cinco documentários intitulada Brasil: DNA África.
O projeto cinematográfico, previsto para estar pronto ano que vem, está sendo produzido pela produtora independente Cine Group e tem como objetivo investigar a origem dos afrodescendentes e valorizar a importância dos africanos na construção do país. Levantamentos históricos estimam que mais de 4 milhões de africanos entraram no país na condição de escravos, entre os séculos XVI e XIX.