Ex-superintendente da Pesca e Aqüicultura na Bahia entre 2008 e 2010, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) considerou maldosa e irresponsável a proposta do candidato a presidente da República pelo PSDB, Aécio Neves, de extinguir o Ministério da Pesca caso eleito para o Palácio do Planalto em outubro. O tucano voltou a defender o fim do Ministério da Pesca em entrevista nesta segunda-feira (4) ao Portal G1 do Grupo Globo de Comunicação. 

“Os pescadores, marisqueiras e os aquicultores familiares sabem da importância do Ministério da Pesca. O Aécio Neves quer extinguir esse ministério porque ele só entende de aeroporto familiar. Não sabe o avanço que esse ministério significa para essas pessoas, ele vive nas nuvens, ignorando a realidade do povo brasileiro, dos ribeirinhos e de quem tira das águas o seu sustento. O aéreo Neves deveria conhecer a realidade da vida dessas pessoas, quem sabe assim não fale mais uma bobagem dessa. Ele quer acabar justamente os ministérios que atendem às necessidades do povo mais pobre, enquanto ele passeia de avião”, fuzilou Marcelino Galo. 

O presidente da Cooperativa de Pescadores Baía de Todos os Santos (COOPESBAS), Dalmo Alves, endossou a avaliação de Marcelino Galo. Para ele é preciso consolidar e organizar o setor produtivo pesqueiro, fortalecer o Ministério da Pesca e as políticas públicas voltadas para os mais de 3 milhões de pescadores que sobrevivem da pesca artesanal nos 8 mil km da Costa Brasileira.

 “Acabar com o Ministério da Pesca pra mim é atrofiar o desenvolvimento do estado brasileiro, um país com longa plataforma continental, onde precisa se desenvolver a aqüicultura, a pesca, a maricultura. Querer extinguir o ministério é marginalizar ainda mais os pescadores e marisqueiras que sobrevivem da pesca no Brasil”, afirmou Dalmo, que também integra a Federação das Associações, Sindicatos e Colônias de Pescadores e Aquicultores da Bahia (FAPESCA-BA).  O Brasil produz atualmente mais de um milhão de toneladas/ano de pescado, gerando um PIB pesqueiro de R$ 5 bilhões e 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Na Bahia, mais de 130 mil pescadores sobrevivem da pesca em seu litoral.