Política

ELEIÇÕES 2014: Renata Mallet inaugura comitê e critica as doações

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A Tarde , Salvador | 02/08/2014 às 18:17
Renata Mallet é candidata do PSTU a governadora da Bahia
Foto: Margarida Neide/Atarde
Diferente das inaugurações dos comitês de campanha do candidato governista Rui Costa e do democrata Paulo Souto, que concorrem à sucessão de Jaques Wagner, a inauguração do comitê da candidata do PSTU ao governo estadual, Renata Mallet, no bairro de Nazaré, em Salvador, contou apenas com a presença de militantes.

Não havia aquela multidão de "militantes" portando bandeiras e distribuindo adesivos a quem passava ou chegava. "Aqui será um espaço para debates. Vamos fazer várias atividades para explicar o nosso programa para a Bahia, aos ativistas e aos apoiadores da campanha", disse Mallet.

A candidata salientou que o comitê de campanha do partido não será parecido com o de Rui, Souto ou ao da senadora Lídice da Mata (PSB), cujo comitê será inaugurado neste sábado, 2, pela manhã. "Há poucas diferenças entre esses partidos hoje. O PT, por meio das alianças que construiu, aproximou-se muito das práticas da velha política", disse a candidata.

Mallet. disse que sua campanha não tem nenhum centavo vindo de empresas. Segundo ela, aceitar este tipo de apoio financeiro de grandes grupos terminaria comprometendo a liberdade de ação em um governo seguinte.

"Há empresas que fizeram, nas últimas eleições, doações para a campanha de Wagner e para a de Souto.

O que eles fazem, na verdade, é um investimento; e os partidos aceitam fazer uma venda de votos por atacado", afirma.

A candidata do PSTU lembrou também a trajetória de nomes do partido na fundação do PT. "Nomes de nosso partido como o José Maria [candidato à Presidência da República], estiveram no PT. Mas nós rompemos ainda em 1992, antes do ex-presidente Lula chegar ao poder", lembrou a candidata.

Mallet salienta que os integrantes do PSTU naquela época já viam claras as intenções dos petistas em construir alianças com setores que, como ela caracteriza, "atacam os trabalhadores". Para a candidata do PSTU, a "ânsia" do PT pela "governabilidade" terminou por acelerar a virada petista à direita.

Telhado do vidro

Para Renata Mallet, as ameaças do candidato governista Rui Costa de revelar nomes de candidatos e de familiares de candidatos de oposição que possuam contratos com governos pode ser inócua. "O PT tem também telhado de vidro", disse a candidata, para quem esta relação promíscua entre empresas e partidos por meio de contratos em administrações públicas só mudaria com uma alteração das regras do jogo.

Mallet salienta que o atual cenário é viciado e dificulta que partidos menores, como o PSTU, consigam se apresentar como alternativa. Ela defende, por exemplo, que os candidatos tenham o mesmo tempo de exposição na propaganda eleitoral e nas entrevistas e debates em TV e rádio - hoje a definição dos tempos se dá com base nas bancadas de cada partido na Câmara dos Deputados.

Vice-presidência

A candidata à vice-presidência da República do PSTU, Cláudia Durans, que esteve presente ontem à inauguração do comitê de Mallet, afirmou que a proposta do partido é construir um governo com efetiva participação popular.

A participação popular, por exemplo, foi um dos poucos pontos positivos apontados por Renata Mallet nos governos petistas na Bahia. "É importante a participação dos movimentos populares. Mas a participação não deve ser apenas consultiva, mas deliberativa", disse Mallet.