Política

HILTON COELHO pede ação mais incisiva da CMS contra prisão de Prisco

O socialista tentou visitar Prisco em Brasília mas foi barrado na porta do hospital onde ele está internado
, da redação em Salvador | 05/05/2014 às 18:13
Hilton: em defesa do colega Soldado Prisco
Foto: Limiro Besnosik

O vereador Hilton Coelho (PSOL) solicitou à mesa diretora da Câmara de Salvador uma ação mais incisiva em defesa da segurança e da vida do vereador Soldado Prisco (PSDB), preso em Brasília. Segundo o socialista “a Casa não pode ficar olhando um de seus vereadores padecer em um presídio, em condições adversas, sendo cardiopata e sofrendo de gastrite. Vamos atuar para que ele responda em liberdade”.

Nesse domingo, 4, o edil tentou visitar o colega no Hospital Regional Asa Norte, na capital federal, para onde foi transferido por conta de problemas cardíacos. Sua entrada na casa de saúde, porém, foi proibida. “Até mesmo os familiares estão impedidos de vê-lo. Estamos presenciando um autoritarismo tremendo”, protestou, acrescentando: “Não queremos, mas que os seus direitos sejam respeitados. Se algo de trágico ocorrer, saberemos exatamente quem responsabilizar”.

O legislador soteropolitano conseguiu contato com Leonardo Mascarenhas, um dos advogados de Prisco. De acordo com o defensor, o tucano se ameaçado por outros prisioneiros e seu quadro de saúde, apesar de considerado estável pelos médicos, inspira cuidados e preocupações para os familiares.

“Não conseguimos visitá-lo, mas estamos aqui para demonstrar nossa solidariedade e exigirmos condições carcerárias dignas e que ele possa responder o processo em liberdade”, destacou Hamilton Assis, dirigente do PSOL integrante da comitiva ao hospital.

Ataque à democracia

Hilton Coelho criticou também a condenação do jornalista Aguirre Bonfim Peixoto Talento à prisão, em regime aberto, por crime de calúnia, injúria e difamação, conforme sentença do juiz Antônio Silva Pereira. Para o edil trata-se de “cerceamento à liberdade de imprensa e ataque à democracia”, às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (comemorado no último dia 3) e do Dia Mundial das Comunicações (5).

“Temos o dever de dizer que as comemorações perdem o sentido se a decisão judicial não for revogada. A profissão é extremamente vulnerável. Como um repórter é condenado por matérias veiculadas em A Tarde e sobre esta não incorra nenhuma sanção, ainda que, em ambos os casos, não se justifiquem?”, questiona o vereador.

Em sua opinião, o processo contra Aguirre atenta contra a democracia como valor fundamental a nortear as relações sociais. As reportagens publicadas no jornal em 2010, diz o legislador, “em lugar de apresentar sua visão a respeito das publicações preferiu judicializar a questão. Isso atenta contra o direito da sociedade à informação de qualidade e mostra a influência dos poderes político e econômico sobre a livre circulação de informações”.

A seu ver o periodista, “com muita competência e profissionalismo fez as matérias a respeito da especulação imobiliária e foi condenado a seis meses e seis dias de detenção em regime aberto, pena convertida em prestação de serviços comunitários e multa”. A ação, alerta ele, poderá atingir também os colegas de profissião Felipe Amorim, Marcelo Brandão, Patrícia França, Regina Bochichio, Valmar Hupsel Filho e Vítor Rocha: “Desde já manifestamos nosso apoio e solidariedade a todos e nosso compromisso em lutar pela liberdade de manifestação e expressão”.