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G1 , BSB |
26/03/2014 às 19:30
O ministro da Corregedoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, se recusou nesta quarta-feira (26), em audiência pública na Câmara, a responder perguntas feitas pela oposição sobre as suspeitas de irregularidades pela Petrobras na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Hage foi convocado a falar na Comissão de Fiscalização e Controle sobre desvios em contratos do governo federal com Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Durante a sessão, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), questionou a demora da CGU em investigar o caso da Petrobras, já que a compra da refinaria de Pasadena, por US$ 1,18 bilhão, ocorreu em 2006. A transação se tornou alvo de investigações do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal devido ao alto valor da aquisição; em 2005, a usina fora comprada por US$ 42,5 milhões.
Hage disse que não responderia à pergunta e argumentou que foi chamado a falar especificamente sobre ONGs. "Entendo que devo cumprir o regimento da Câmara, que diz que as comissões permanentes têm competência de convocar ministros para prestar informações sobre temas previamente determinados, que o ministro de Estado
comparecerá para prestar informações sobre assuntos previamente combinados", frisou o ministro.
Para Hage, as denúncias envolvendo a estatal de Petróleo "não têm correlação" com o tema de repasses a ONGs. A decisão gerou um princípio de bate-boca em plenário, quando o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) reagiu questionando se o ministro estaria "se recusando" a responder a pergunta.
Hage elevou o tom e disse que estava "cumprindo o regimento interno". Ele destacou ainda que responderá a eventuais perguntas da imprensa. Mendonça Filho criticou a "exaltação" do ministro. "Fale baixo! O senhor está falando com um deputado!", afirmou o parlamentar da oposição.
O ministro da CGU, então, afirmou que estava "respondendo no mesmo tom". A audiência, continuou, com a exposição de Hage acerca de suspeitas de irregularidades em repasses federais a ONGs.
Os ministros do Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, também participam da audiência. Os três ministros foram convocados no dia 12 de maio em uma semana marcada pelo agravamento da crise entre a base aliada e o Palácio do Planalto.
A justificativa usada para a audiência foi o recebimento pelo Ministério Público Federal em Santa Catarina, no dia 10 de março, de um inquérito que citaria o ministro do Trabalho em suposto esquema de corrupção.
De acordo com a reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o relatório aponta indícios da participação de Dias em esquema para empregar militantes do PDT como funcionários "fantasmas" da ADRVale, entidade que firmou convênios com o ministério e recebeu R$ 11 milhões.