Política

GABAN diz que silêncio dos sindicatos é vergonha diante 5.9% reajuste

Debates ficaram mais acalorados nesta terça-feira, 25, diante da proposta de 5.9% para reajuste salarial aos servidores do estado
Tasso Franco , da redação em Salvador | 25/03/2014 às 17:40
Deputado GAban diz que reajuste será de zero pois inflação vai corroer os 2%
Foto: BJÁ
  O deputado Carlos Gaban, líder das oposições na sessão da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 25, criticou os sindicatos e associações de classe dos servidores públicos estaduais diante do que classificou de "mudez, de silêncio" dessas representações perante o reajuste proposto pelo chefe do Poder Executivo da ordem de 5.9%, sendo 2% retroativos a janeiro; e os restantes 3.9% em setembro próximo. 

  Segundo Gaban, falando no grande expediente da Casa, não haverá reajuste algum uma vez que a inflação no Brasil nos dias atuais, corresponde a 0.5% ao mês, em média, e como já estamos no final de março e o reajuste só deverá ser pago em abril, isso significa que nos 4 primeiros meses do ano, a inflação já devorou os 2% oferecidos pelo governo. 

   "O que me causa espanto é o silêncio dos sindicatos, esse alinhamento sindical com o PT e o governo. Quando o PT era oposição, os servidores foram levados a acreditar que os sindicatos lutavam por eles e agora estão mudos", comentou.

  Para Gaban, a inflação vai corroer o ilusório reajuste que o governo está dando, e entre abril e setembro, mais 5 meses, os servidores não receberão nada, pois a parte complementar à inflação do ano passado só será paga no final de setembro. 

   ASSEMBLEIA DA PM

   O deputado anunciou, também, que no próximo dia 15 de abril, os Policiais Militares vão promover uma assembleia para analisar e debater o reajuste proposto pelo governo. Comentou que, antes, dia 8 de abril, serão convidados o secretário da Segurança Pública e o comandante geral da PM para uma audiência pública na Assembleia, convocação aprovada hoje.

  Ainda de acordo com o deputado, a situação na PM é preocupante, e ninguém deseja fazer nova grave. Mas, para isso, quem tem que sinalizar é o governo, acenar com uma boa proposta. "Lamentavelmente, o que acontece é que de nada adianta o governo arrecadar mais recursos porque 70% da arrecadação está indo para o custeio, sobretudo para os cargos de confiança".

   No entendimento de Gaban, o governo gasta demais e errado, "dando uma secretaria a cada partido" para fazer política, alianças que considera espúrias, sem bons resultados para a vida do estado e da população.

  CASO PETROBRAS

   Gaban também comentou o que classifica de "escândalo na Petrobras com mais de R$1 bilhão jogado na lata do lixo com a compra da Refinaria de Passadena, nos EUA, com o aval do governador Wagner, o qual disse que não tinha obrigação de ler o relatório que aprovou a compra da refinaria".

   Para o líder do PT, deputado Rosemberg Pinto, Gaban é mais um deputado a falar "asneiras" sobre a Petrobras pois não conhece o tema, e voltou a considerar que a compra de Passadena foi um "ótimo negócio" para a Petrobras. 

   Na opinião de Rosemberg, esse tema da Petrobras voltou à baila, porque quem pauta o Congresso Nacional é a Midia, especialmente a Rede Globo. "Quem banca a Globo é o BB, a Caixa, e essa rede ainda vai de encontro ao governo, quer destruir uma empresa como a Petrobras".

   Quanto ao reajuste dos servidores, Rosemberg destacou que o governo Wagner tem responsabilidade e não vai desequilibrar as finanças públicas nem infrigir a Lei de Responsabilidade Fiscal. E, sobre as alianças com os partidos, Rosemberg situou que isso é normal na política mundial e brasileira e DEM, PSDB e PMDB usam os mesmo métodos.