A instituição de uma “Bolsa Reciclagem” para os catadores de resíduos sólidos de Salvador foi o principal tema da audiência pública promovida pelo vereador Gilmar Santiago (PT) na tarde dessa segunda-feira, 24, no Centro de Cultura da Câmara. O evento contou também com apresentações artísticas de Laúdio Dourado e do grupo a Arte de Dançar.
O encontro foi sugerido pela comunidade de Nova República, no Nordeste de Amaralina, na solenidade que concedeu aos catadores locais o título de agentes ambientais. O grupo formado no dia 27 de janeiro, como parte do projeto “Transformar Catadores em Agentes Ambientais”, foi coordenado pelo Fórum Pró-Cidadania e pelo Projeto Vida Melhor.
O petisa lamentou a falta de incentivos para o setor de reciclagem, salientando que, apesar da ação anônima e espontânea dos catadores, o investimento dos poderes públicos seria crucial para o reconhecimento desta atuação. Ele destacou ainda a obrigatoriedade federal que exige das prefeituras a criação de Política de Saneamento até o final de 2014.
Coordenador do projeto “Transformar Catadores em Agentes Ambientais”, Bruno Lima enalteceu a importância da atividade no cotidiano da cidade, mas queixou-se da falta de reconhecimento: “Como em um processo de licitação, em que um consórcio com 3 ou 4 empresas pode ganhar milhões e milhões, enquanto que os catadores, que prestam um serviço essencial para a cidade não ganham nada em troca?”.
Gilmar protocolou na mesa da CMS dois projetos - um de indicação e outro de lei - propondo a instituição do benefício da Bolsa Reciclagem, com possibilidade de abranger todo o Estado posteriormente, como já acontece há um ano em Minas Gerais.
A mesa do debate foi composta também por Elaine Aparecida Rodrigues, representando o Fórum Pró-Cidadania; Jonas Barbosa e Albina Pereira, agentes ambientais; e Leozana Santos, líder comunitária do Nordeste de Amaralina.