Uma área de mais de 900 mil quilômetros quadrados que engloba 1.113 municípios do Nordeste brasileiro e do Norte de Minas Gerais onde vivem 22 milhões de pessoas. É com a atenção voltada para o semiárido brasileiro, o mais chuvoso e mais populoso do mundo, que a senadora Lídice da Mata pede que o País celebre neste sábado, dia 22, do Dia Mundial da Água. A data ganhará uma deferência especial na realização do III Seminário Regional Programático da Aliança PSB-Rede Sustentabilidade-PPS - Região Nordeste, na Itaipava Arena Fonte Nova, em Salvador. 

"A região é impactada por um regime de chuvas irregulares e por uma taxa de evaporação de 3.000 mm/ano, três vezes maior que os índices pluviométricos. Nossos desafios são elevar a capacidade de armazenagem da água das chuvas e garantir a universalização do acesso à água para toda a população do semiárido", declarou Lídice, em discurso na tribuna do plenário do senado.

Lídice lembrou que há três anos o semiárido vem sendo atingido por uma das mais rigorosas secas de sua história, mas observou a necessidade de criar condições de convivência do sertanejo com o fenômeno, da mesma forma que os países do hemisfério norte o fazem com a neve. 

"É fato que alguns esforços têm sido empreendidos para implantar uma melhor infraestrutura, com capacidade de disponibilização suficiente de água para garantir o abastecimento humano e animal e até mesmo viabilizar projetos voltados à produção e geração de renda. Todavia esses esforços ainda têm sido insuficientes para resolver os problemas decorrentes da escassez de água", alertou a senadora.

Ela assinalou que a estratégia de incentivo às práticas de armazenamento de água de rios e riachos permanecem sendo de grande importância para o semiárido, mas questionou a concentração de água em grandes barragens, em função do grande volume desperdiçado na evaporação, e na precariedade da infraestrutura de distribuição da água.

"Na Bahia temos a Barragem do Açude Cocorobó que possui capacidade de acumulação de um volume de 245.375.950m³ de água, com potencial de um perímetro irrigado até 10 mil hectares e abastecer 22 municípios da região, mas que atualmente serve para irrigar somente 2 mil hectares e abastece apenas a zona rural do município de Canudos", criticou. 

Lídice pontuou a necessidade de incorporar os conceitos de convivência com o semiárido e  sustentabilidade dos recursos hídricos na implementação de todos os projetos e programas em curso e para futuras ações, como a construção de pequenas barragens e outros equipamentos voltados ao uso familiar e comunitário, a produção de mudas para a recuperação de matas ciliares e a formação para o manejo e gestão de recursos hídricos, diminuindo ao máximo o desperdício e a poluição, e também  para o manejo do solo, evitando o assoreamento.