Política

Imbassahy diz que está provado que Dilma aprovou compra de Passadena

Dilma diz que acreditou em laudos e pareceres apresentados pelos técnicos
EF , Salvador | 20/03/2014 às 10:53
A partir de provocações feitas pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, desde maio do ano passado, vieram à tona nesta quarta-feira, 19, informações, até então inéditas, de que a presidente Dilma Rousseff votou, em 2006, favoravelmente à compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Na época, Dilma era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás, do qual o governador Jaques Wagner fazia parte.
  
Documentos obtidos pelo jornal Estado de São Paulo mostram que o governador seguiu a decisão de Dilma e também votou à favor do negócio, que pode ter provocado prejuízo bilionário ao país.  Conforme a matéria, ao justificar a decisão, a presidente disse que só apoiou a medida porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho".

“É no mínimo irresponsável que a presidente de um conselho como o da Petrobrás aprove um medida que envolve um montante tão elevado de recursos, baseada em “informações incompletas” ou pareceres falho`”, avalia Imbassahy.

   Fruto de representações encaminhadas pelo líder do PSDB, tanto a Polícia Federal, quanto o Ministério Público Federal do Rio, onde fica a sede da estatal, decidiram investigar o negócio suspeito.

  Na ocasião, a Petrobrás era presidida por José Sérgio Gabrielli, hoje secretário de Planejamento do governo Wagner.
  Segundo Imbassahy, os indícios são muito fortes de superfaturamento e evasão de divisas. “Agora não restam dúvidas de que o conselho da Petrobrás autorizou a compra com apoio de Dilma, a presidente do país”, destaca.

  A empresa brasileira adquiriu,em 2006, 50% da refinaria, por US$ 360 milhões. Um ano antes, a trading belga Astra/Transcor havia comprado a mesma planta de refino por US$ 42,5 milhões. Após briga judicial com a trading, a estatal pagou mais US$ 820 milhões para encerrar o litígio, tornando-se dona da refinaria, por um investimento total de US$1, 18 bi.

 Ainda de acordo com o jornal, a presidente tenta explicar que o material que embasou sua decisão em 2006, favorável à compra de Pasadena, não trazia justamente a cláusula que obrigaria a Petrobrás a ficar com toda a refinaria. Trata-se da cláusula Put Option, que manda uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desacordo entre os sócios, o que findou por acontecer.

   A ata da reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, datada de 3 de fevereiro de 2006, mostra a posição unânime do conselho favorável à compra dos primeiros 50% da refinaria, mesmo havendo, à época, questionamentos sobre a planta, já considerada obsoleta.
  O jornal lembra também que antes de assumir a Casa Civil, Dilma havia sido ministra das Minas e Energia e que enquanto atuou como presidente do conselho nenhuma decisão importante foi tomada sem que ela tivesse sido ouvida antes.