Aconteceu na Câmara de Vereadores de Lauro
Mara Campos , Lauro de Freitas |
16/03/2014 às 08:33
Ex-prefeita Moema Gramacho fala na sessão da Câmara de Vereadores
Foto: Danilo Magalhães
Dos 417 municípios baianos, apenas 61 são governados por uma mulher, percentual que não chega a 15%. Elas também recebem 30% menos que os homens por trabalho igual e enfrentam a crescente violência doméstica apesar dos avanços nas políticas públicas. Os dados, apresentados nesta sexta-feira durante Sessão Especial na Câmara Municipal de Lauro de Freitas, proposta pela vereadora Naide Brito (PT) em comemoração ao Mês da Mulher, foi pano de fundo para reflexões das palestrantes.
“Ainda falta muito, mas temos muito a comemorar desde que o presidente Lula, inspirado na sua mãe, dona Lindu, criou a primeira Secretaria de Políticas para Mulheres, colocou a mulher como prioridade nas políticas sociais e indicou uma mulher para sucedê-lo. Dilma deu sequência e ampliou as políticas criadas por Lula”, disse a ex-prefeita Moema Gramacho. A petista destacou ainda a importância de programas estruturantes como o Bolsa Família, que injeta na economia do país 3,3 bilhões de reais todo mês, gerando empregos na produção de bens, comércio e serviços.
Presença muito esperada na sessão, a ex-prefeita apontou também desafios. “Os números da violência contra a mulher ainda são muito altos. Precisamos garantir mais assistência e mais autonomia financeira para que as mulheres percam o medo de se libertarem do agressor”. Moema ressaltou a necessidade de garantir que todas as mulheres vítimas de câncer possam fazer a cirurgia reparadora logo após a retirada das mamas. “Sei como isso é importante para a auto-estima da mulher e como influencia na cura”.
A ex-secretária da Mulher de Lauro de Freitas, Terezinha Barros revelou a preocupação com a possível transferência do Centro de Referência de Assistência à Mulher Vítima de Violência, que funciona há oito anos em Vilas do Atlântico, para um condomínio fechado em Buraquinho. A informação causou indignação de lideranças comunitárias e parlamentares que lotaram o plenário da Câmara Municipal.
“Não podemos nos calar frente aos retrocessos que estão ocorrendo nesta gestão de políticas para as mulheres”, bradou a ex-secretária. Segundo ela, a transferência da sede, que vai dificultar muito o acesso das mulheres já fragilizadas pela violência, é apenas um item do descaso da gestão com a
A vereadora de Salvador Vânia Galvão, palestrante da sessão, embora ainda pequena, a presença da mulher em cargos de chefia já faz a diferença. “Das 17 escolas da UFBa, 14 são dirigidas por mulheres. Temos ainda reitoras e pro-reitoras. Mas ainda há muito o que caminhar. Em Salvador, dos 46 vereadores apenas seis mulheres”. Naide Brito, que presidiu a sessão, lembrou que dos 417 municípios baianos apenas 61 são governados por mulheres, menos de 15%. “Elas também recebem 30% menos que os homens por trabalho igual e ainda enfrentam a crescente violência doméstica e a discriminação”.
Representando Vera Lúcia Barbosa, secretaria estadual de Políticas para Mulheres, a assessora Alice Bitencourt anunciou que já está em funcionamento unidades móveis do Centro de Referência. Nos veículos, que devem atender a zona rural estão concentrados serviços de assistência à mulher vítima de violência.
No encerramento da sessão, que contou com a participação do vereador Lula Maciel (PT), 15 mulheres que se destacaram por sua atuação na sociedade foram homenageadas com placas - Arleide Lyra, Edna Conde, Valéria Vaz, Anete Prado Polim, Helena Ferreira, Beatriz Ivone, Estelita Ferreira, Leonarda Franco, Neyde Fernanda, a ex-prefeita Moema Gramacho, Terezinha Barros, Sulle Nascimento, Célia Maria Lopes, Evani Lopes (dona Nani) e Cátia Maria Bispo.