Política

Oficiais se negam a socorrer soldado por 5 horas no Momo, diz Prisco

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Ascom Prisco , Salvador | 04/03/2014 às 16:36
Soldado Lima sentindo-se mal e socorrido com "vaquinha'
Foto: DIV
Mais uma vez a Polícia Militar dá demonstrações de que os praças não são tratados com a dignidade, mínimo necessário, a qualquer ser humano. Na madrugada desta segunda-feira, o soldado Lima, lotado na BCS Monte Cristo, no município de Itabuna, hipertenso, passou mal, durante o trabalho. Por mais de cinco horas, a pressão arterial do militar só subiu, chegando ao pico de 220 x 170 mmHg, sendo que o máximo aceitável, conforme Organização Mundial  de Saúde (OMS), é aferição de pressão no máximo a 140/90 mmHg. 

Mesmo medicado, no posto de saúde da Piedade, a pressão arterial do soldado não baixava e ele acabou retornando ao posto de trabalho pelos colegas que pediram que o tenente Rocha e major Edson que  liberassem uma viatura para socorrer o soldado. Por mais de uma hora, na viatura, os oficiais se negaram a liberar o carro, alegando que os colegas deveriam solicitar suporte logístico ao Serviço Médico de Urgência (SAMU).

Colegas de farda, revoltados, “fizeram uma vaquinha” e pagaram um táxi para que o soldado Lima fosse socorrido à Vila Militar, onde teria uma equipe médica adequada a atendê-lo.  Poucos minutos após, os oficiais foram informados que o ocorrido havia sido denunciado ao coordenador-geral da Associação dos Militares e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), soldado Prisco.

Somente então, os oficiais ordenaram que uma viatura saísse à busca do táxi e o interceptasse com o objetivo de socorrer o soldado da PM. A Aspra vem, por meio desta nota, demonstrar sua indignação com o tratamento dado ao soldado Lima e informar que adotará todas as medidas cabíveis para que os responsáveis pela omissão de socorro sejam responsabilizados.

“Estamos indignados com o tratamento. Um absurdo, prova que a PM ainda não repensou a forma de tratar os praças. Esquecem que são eles que colocam a cara na rua para tomar tiro. Não aceitaremos jamais que este tipo de tratamento continue a se proliferar entre os oficiais”, afirmou indignado o soldado Prisco, coordenador-geral da Aspra.