Política

MOEMA volta a LAURO para defender barraqueiros de Vilas e Buraquinho

Moema diz que Prefeitura está sendo omissa
Mara Campos , Lauro de Freitas | 19/02/2014 às 07:40
Ex-prefeita Moema durante encontro na Câmara de Vereadores
Foto: DIV

O sentimento de que estão sendo “enrolados” pelo prefeito Márcio Arapongas, já manifestado pelos barraqueiros da orla de Lauro de Freitas, foi reforçado nesta terça-feira com as últimas informações sobre o andamento do processo de desocupação da faixa de marinha. Durante reunião convocada pelos vereadores Naide Brito e Lula Maciel (PT), na Câmara Municipal, a advogada da Associação dos Barraqueiros de Vilas do Atlântico, Suzelma Araújo de Santana, disse que o município perdeu o prazo para recorrer na ação movida pela Justiça Federal e nenhuma das providências prometidas pelo prefeito aos barraqueiros foram tomadas.

 “Estou vendo que aqui vai se repetir a história de Salvador. O processo ainda está na 1ª instância, mas o prefeito, que podia protelar a derrubada até a conclusão de um novo espaço, deixou correr à revelia. Isso é pra depois mandar derrubar e dizer que está cumprindo a decisão da Justiça?”. No plenário da Casa, barraqueiros de Ipitanga, Vilas do Atlântico e Buraquinho ouviram a advogada.

A ex-prefeita Moema Gramacho, que participou da reunião a convite dos comerciantes, disse que o descaso do prefeito está impondo uma dura derrota aos barraqueiros, à economia do município e ao lazer da população. “Deixamos projetos prontos. Que fizesse outro projeto mas não perdesse o financiamento que já estava aprovado pela Câmara, na Desenbahia e na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR)”. 

O projeto de Ipitanga, com 30 quiosques, seria implantado na área em frente ao Centro Panamericano de Judô, fora da área de marinha, compondo um conjunto esportivo e de lazer. Em Buraquinho, o projeto ocuparia área do município. Ao contrário do que informa a Prefeitura, em nenhum dos casos seria necessário autorização da Justiça.

Moema fez um relato das providências adotadas na sua gestão para impedir a derrubada das barracas na orla e lamentou que o atual gestor tenha perdido o prazo. “Não se perde uma ação em tão pouco tempo tendo tantas instâncias pra recorrer, a não ser que queira perder. Seria absurdo que a prefeitura ao invés de licitar empresa para construir o novo espaço tenha que licitar para derrubar as barracas”.

A participação de Cláudio Silva nas reuniões do prefeito de Lauro de Freitas com o juiz Carlos D´Ávila, da 13ª Vara da Justiça Federal, é um sinal evidente de que o processo pode estar caminhando para a derrubada a curto prazo. Segundo a advogada, na última reunião com o juiz, no mês passado, ela e o vereador Lula Maciel foram surpreendidos pela presença do antigo funcionário da prefeitura de Salvador como assessor do prefeito Márcio Araponga.

“Nossa presença na reunião não foi permitida, mas Cláudio Silva estava lá com o prefeito. O que faz um cara que comandou a derrubada em Salvador discutindo o destino das barracas de Lauro de Freitas com o juiz”? questiona. Segundo ela, nessa reunião o prefeito Marcio Araponga deveria ter apresentado ao juiz o novo projeto da Orla, mas nada oficialmente foi incluído no processo. “Até agora, nada saiu de palavras”.

A vereadora Naide Brito destacou que a unidade das associações e dos barraqueiros pode dar um novo rumo ao processo. Uma série de mobilizações já estão na pauta para os próximos dias. Os vereadores também vão solicitar à Prefeitura informações oficiais sobre o andamento do processo e, junto com os barraqueiros, cobrar do gestor o compromisso de só derrubar as barracas depois da construção do novo espaço. Os vereadores Fausto Franco e o presidente da Casa Gilmar Oliveira também se colocaram à disposição dos barraqueiros.