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Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/02/2014 às 17:38
Governador Wagner pediu aplicação da GLO ao ministro José Eduardo Cardoso
Foto: SECOM
A morte do assentado Juraci Santana diante conflitos de terras na Bahia repercutiu fortemente na Assembleia e no Estado. O líder do assentamento Ipiranga teria sido morto por prováveis "tupinambás".
O governador Jaques Wagner oficializou agora à tarde ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedido para aplicação do instrumento Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nas regiões do sul da Bahia em que ocorrem conflitos de terra, notadamente nos municípios de Buerarema e Una. Anteriormente, Wagner havia tratado da questão com a presidenta Dilma Rousseff.
Previsto na Constituição Federal, o GLO é utilizado quando situações que fogem do controle colocam em risco a segurança da população. Durante sua vigência, tropas das Forças Armadas assumem a segurança local e passam a ter poder de polícia.
Repudio qualquer tentativa das partes de fazer justiça com as próprias mãos. O Brasil é uma democracia consolidada. As soluções surgirão via Judiciário e após muita negociação, disse o governador.
NOTA DO INCRA
Chocado com o delito, o superintendente do Incra/BA, Gugé Fernandes, solicitou às ouvidorias agrárias Regional e Nacional que acionem as polícias Federal e Civil, pedindo rapidez na apuração dos fatos. O Instituto aguarda o fim das investigações pelos órgãos do sistema de Justiça e a devida responsabilização dos culpados pelo crime.
Desde a manhã desta terça-feira (11), o Incra/BA mantém contato com a família da vítima e presta auxílio, dentro das possibilidades da autarquia.
O assentamento Ipiranga foi criado em 1998 pelo Incra. Lá, residem 44 famílias de trabalhadores rurais, numa área de 1,2 mil hectares. A produção agrícola da comunidade é voltada, principalmente, para lavouras de cacau, banana e mandioca.
INDIOS SUSPEITOS
Uma manifestação trava trecho do Km 526 da BR-101 na tarde desta terça-feira (11), de acordo com a Polícia Rodoviária Federal na Bahia. Equipes da PRF-BA já estão no local. A morte de Juraci Santana, líder do assentamento Ipiranga, na localidade de Maroim, no sul do estado, motiva o protesto dos moradores.
De acordo com nota divulgada pelo deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN), o assassinato do homem acontece quatro dias após a retirada da base fixa da Força Nacional de Segurança da área conflitada, por determinação do Ministério da Justiça.
A suspeita é de que índios teriam invadido e matado o líder do assentamento. Ainda segundo o comunicado do parlamentar, a mulher de Juraci está desaparecida desde a madrugada. O líder dos assentados já teria relatado à Polícia Federal que sofria ameaças de lideranças indígenas. O deputado faz um apelo para que a zona de conflito receba reforço.
“A Força Nacional de Segurança precisa voltar à região com urgência para acalmar os ânimos, fazer voltar a tranquilidade e dar segurança às pessoas”, pediu Bacelar.