Política

VEREADORAS intervêm na situação dos moradores do 2 de Julho

Famílias estão preocupadas com as desapropriações, consideradas arbitrárias
| 31/01/2014 às 20:53
A reunião aconteceu na sede do Ministério Público
Foto: Divulgação

As intervenções previstas para os próximos dias para a região do Largo 2 de julho foram o assunto da reunião mantida nesta sexta-feira, 31, pelas vereadoras Ana Rita Tavares (Pros) e Fabíola Mansur (PSB), com representantes da Prefeitura de Salvador, Governo da Bahia, e moradores. O encontro aconteceu na sede do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), onde as famílias denunciaram falta de comunicação e desapropriações arbitrárias.

De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) será criado um fundo, gerido por um banco, para subsidiar a reforma dos imóveis em situação de risco e abandono. Mas não há a previsão de aporte financeiro para quem pretende continuar no bairro e precisa reformar o imóvel.

“Estamos vendo com a Caixa Econômica Federal uma linha de financiamento para imóveis com a finalidade de habitação. Além disso, atuaremos na pavimentação, calçamento e esgoto, o que já está previsto para os 11 bairros que compõem o Centro Antigo”, explica o coordenador técnico do Centro Antigo, Luís Humberto Savastano.

Ana Rita mostrou preocupação com a retirada das pessoas das casas previstas para serem desocupadas: “Chegou ao nosso conhecimento que existem pessoas que moram há anos naqueles imóveis, inclusive que já fazem usucapião. É preciso pensar de que forma essas famílias serão amparadas, já que o decreto visa, prioritariamente, a requalificação comercial do bairro”.

Em relação ao comércio informal do bairro, a prefeitura irá relocar cerca de 40 ambulantes da área, que atualmente dificultam a circulação de carros e pedestres. “Estão sendo construídos dois boxes com capacidade para 80 barracas de 1M05 x 80cm, que serão doadas pela prefeitura, informou o assessor da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Isaac Filho.

Para Fabíola Mansur, reuniões como esta são importantes para aproximar os gestores e a comunidade, e deverão ser ampliadas: “Vamos contatar os responsáveis pelas pastas ligadas à intervenção no 2 de Julho, alinhar as agendas e afinar esse diálogo a fim de encontrarmos uma solução para o impasse”.

Casas marcadas

O clima de insegurança dos moradores começou depois da publicação de decretos municipais e estaduais autorizando a desapropriação de 81 imóveis. Diante disso, foram realizadas audiências públicas no bairro convocadas por Fabíola, com a participação de Ana Rita, Hilton Coelho (PSOL) e Silvio Humberto (PSB), tentando corrigir as falhas de comunicação entre a comunidade e o poder público.

Após o decreto casas apareceram marcadas com um ‘X’, aumentando o clima de desconforto. “Hoje, no 2 de Julho, existem 2 grupos: o daqueles que querem a desapropriação, por acharem que ganharão um bom dinheiro pelos imóveis, e o outro grupo, que é maioria e quer permanecer no local. Acredito que as marcas nas casas foram feitas pelo grupo interessado na desapropriação. Coincidentemente, as casas marcadas eram as mesmas indicadas no decreto para saírem”, denuncia o morador Nilson Mendes.