Política

OPOSIÇÃO apura envolvimento de secretário de SSA em escândalo de SP

CMS forma comissão suprapartidária para acompanhar investigações
| 25/11/2013 às 21:08
Everaldo, Gilmar, Hilton e Aladilce: suspeitas sobre Mauro
Foto: Limiro Besnosik

Uma comissão suprapartidária da Câmara de Salvador se reunirá na próxima sexta-feira, 29, com o controlador-geral da Prefeitura de São Paulo, Vinícius Claussen Spinelli, para tirar dúvidas sobre o envolvimento do secretário municipal da Fazenda, Mauro Costa, no desvio de recursos quando ele era titular da pasta de Finanças na capital paulistana.

Segundo Everaldo Augusto (PCdoB), que agendou o encontro, estão confirmadas as presenças de Hilton Coelho (PSOL), Gilmar Santiago (PT) e Sílvio Humberto (PSB), mas ele deseja ampliar o grupo com representantes de outros partidos.

O comunista quer ainda ter uma reunião com Mauro Ricardo, antes da ida a São Paulo, para esclarecer dúvidas sobre o episódio. O Ministério Público paulista ouvirá o secretário ainda esta semana, apurando a apropriação indébita de aproximadamente R$ 500 milhões pela chamada “máfia da propina” entre 2008 e 2012, no recolhimento do ISS por construtoras.

Chave do cofre

Apoiador da iniciativa do colega, Hilton também defende a necessidade de Mauro se explicar, primeiro, perante o Legislativo municipal. Aladilce Souza (PCdoB) sugeriu incorporação da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização da CMS à Comissão Especial de acompanhamento do caso.

Para o líder da oposição, Gilmar Santiago, o colegiado suprapartidário deveria também acompanhar o depoimento ao MP-SP: “Ele tem que ser convidado a vir à Câmara. Afinal, é a secretaria mais importante, a que tem a chave do cofre, e foi quem patrocinou o projeto de arrochar o IPTU de 2014, uma inconstitucionalidade. Ele não tem legitimidade para apresentar um projeto desta natureza, pelas consequências da sua atuação em São Paulo”.

Na opinião de Waldir Pires (PT), o secretário deveria tomar a iniciativa de marcar dia e hora para comparecer à Casa e dar respostas, “deixando os vereadores absolutamente tranquilos sobre sua situação nesse episódio”.

Denúncia vazia

O presidente da Comissão de Finanças, Claudio Tinoco (DEM), garantiu dar prosseguimento à apuração do caso se algum vereador encaminhar denúncia objetiva ao colegiado contra a administração do executivo em Salvador. Para ele, porém, “isso é um movimento político, uma denúncia vazia no campo da administração municipal em Salvador”.

A formação da comissão especial foi objeto de requerimento feito por Aladilce, Arnando Lessa (PT) e Fabíola Mansur (PSB). Segundo a comunista, ”até agora, nada foi assegurado pelos órgãos competentes quanto à idoneidade do secretário. Porém, é importante uma comissão parlamentar da Câmara acompanhar o caso para que nada nos seja tomado como surpresa”.