A semana da consciência negra suscita o debate em torno da relação entre Brasil e África da sua forma mais abrangente. A discussão vai além das semelhanças culturais e se foca no papel imprescindível da diáspora africana no renascimento da África.

Por iniciativa do deputado federal Luiz Alberto (PT/BA), presidente da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial, acontecerá nos próximos dias 21, 22 e 23 de novembro, na Costa do Sauípe, na Bahia, o Encontro África e a Diáspora Africana (EADA). O evento debaterá políticas públicas para estimular a economia criativa de empreendedores negros. 

O EADA 2013 é um marco histórico na relação entre Brasil, África e sua diáspora. “O encontro surgiu de uma provocação de membros da União Africana e do comércio Panafricano para a mobilização da diáspora no renascimento da África”, conta o deputado Luiz Alberto.

Ao todo, são mais de R$ 150 milhões de afrodescendentes no continente americano. “O Brasil, por acolher a grande maioria deles, tem a missão de encabeçar a mobilização da diáspora para ajudar no desenvolvimento econômico do continente africano”, diz o deputado.

O mundo tem olhado a África com outros olhos. Na opinião do deputado Luiz Alberto, não existirá mais aquela relação colonial ou neocolonial de exploração do continente africano. “Haverá uma relação fraterna que possibilite construir na África uma economia que caminhe pela sua própria autodeterminação”, opina.

Os países africanos têm crescido a passos largos, com uma média de 6% ao ano. Estes índices econômicos atrelados à estabilização política do continente geraram neste ano o relatório África 2063, com metas a serem atingidas pelo continente nos próximos 50 anos. “Em 50 anos queremos ver uma África completamente diferente, desenvolvida de forma sustentável”, finaliza o deputado. 

Organizado pela Câmara dos Deputados do Brasil, por meio da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e da Frente Parlamentar Pela Igualdade Racial e a Defesa dos Quilombolas, o Encontro tem o apoio de instituições como a Secretaria Nacional de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), além da Fundação Cultural Palmares e APEX Brasil. Em termos estaduais, o Governo da Bahia colabora por meio das Secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e de Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter).

Um dos articuladores desse Encontro é o deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), cuja trajetória envolve atuação destacada em torno da temática afrodescendente: em 2002, por exemplo, ele reuniu pela primeira vez nacionalmente os parlamentares negros e, no ano seguinte, propôs a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial.