Dentro da programação da Semana Municipal de Proteção aos Animais e para celebrar o Dia de São Francisco de Assis, protetor dos animais, a vereadora Ana Rita Tavares (Pros) presidiu sessão especial na Câmara Municipal de Salvador, na tarde desta sexta-feira (4), quando homenageou as protetoras e cuidadoras de animais. Ela classificou o evento como “um momento histórico” na Casa e lembrou que a instituição da Semana foi uma iniciativa do presidente Paulo Câmara (PSDB).

Na saudação aos protetores, Paulo Câmara fez questão de atribuir a Ana Rita, antes de ser vereadora (em 2007), a sugestão do projeto que originou a Semana. Ele manifestou o “apoio irrestrito da Câmara à luta incondicional da vereadora Ana Rita pela construção de um hospital veterinário em Salvador”. Antes dos debates foram exibidas fotos de animais resgatados, comparando o antes e o depois.

Ana Rita frisou que, após nove meses de gestão, é chegado o momento de cobrar do prefeito ACM Neto o compromisso assumido com ela na campanha de implantar o hospital veterinário no Município, o castramóvel e um amplo programa de vacinação, reivindicações corroboradas pelo deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), que aproveitou a ocasião para  anunciar a produção do Manual Jurídico de Defesa dos Animais. “O trabalho dessas voluntárias é abnegado e são muitos gastos, que deveriam ser bancados pelo poder público”, declarou a vereadora, que cantou da tribuna do Plenário Cosme de Farias a Oração a São Francisco de Assis.

 

Contra zoológico - Gerson Norberto, diretor do Zoológico, disse que um dos desafios da Secretaria Estadual de Meio Ambiente é devolver o maior número possível de animais ao habitat natural. Atualmente, mais de 400 já estão prontos para serem libertados. A vereadora aproveitou para defender o fim do modelo de zoológico com confinamento de animais: “Não é educativo para as crianças visitarem animais enjaulados, como forma de entretenimento”.

 

Emoção - Ana Rita não controlou as lágrimas ao apresentar uma das palestrantes, a juíza Ana Conceição Barbuda, responsável pela libertação de animais do Circo Portugal, em 2003. “Tive que ser conduzida numa viatura da Polícia porque responsáveis pelo circo queriam me agredir, mas naquele dia o Judiciário baiano deu um exemplo para o Brasil de agilidade, liberando imediatamente uma liminar, e de respeito aos animais”. Também emocionada, a juíza confessou que a partir deste episódio se tornou uma protetora e passou a se dedicar ao direito animal, objeto inclusive de dissertação de pós-graduação na Ufba. “Os animais podem não ser pessoas, mas são sujeitos de direito”, garantiu.

A deputada estadual Luíza Maia (PT) se referiu a Ana Rita como “uma inspiradora dessa luta, uma conscientizadora” e frisou que também luta na Assembleia Legislativa pela criação de uma delegacia especializada em maus tratos contra animais. O presidente da União das Entidades Protetora dos Animais, Carlos Ferrer, entregou à vereadora cópia do abaixo-assinado com quase mil adesões em apoio à criação da delegacia, para que encaminhe ao prefeito.

O veterinário Augusto Angelim defendeu a castração como única solução prevista para o controle da população animal e considerou da maior importância a presença de uma representante da luta em defesa dos animais no Legislativo municipal. A mesa da sessão contou com a presença, também, de Gislayne Brandão, diretora da União Defensora dos Animais Bicho Feliz, e Ingrid Teixeira, vice-presidente da ONG Terra Verde Viva, além de Paula Mota, dirigente da ONG Célula Mãe.