Política

IMPASSE NO FERRYBOAT: TWB ACUSA GOVERNO DO ESTADO; AGERBA ACUSA TWB

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| 11/09/2012 às 18:16
Deputado Tom Araújo, presidente da Comissão de Infra, da AL: "Fizemos o debate
Foto: "BJÁ
    Os problemas de atraso e má qualidade do serviço de travessia Salvador - Itaparica vão continuar afetando os usuários do Sistema Ferryboat. A Agerba se recusa a reabrir o diálogo com a TWB e insiste na rescisão do contrato. Já a TWB se diz "asfixiada e perseguida" pela agência reguladora. Na queda de braço, quem sai perdendo mesmo é a população.

   Assim, a TWB diz ter amargado prejuízo de R$ 17 milhões no ano passado. A Agerba já assume que, para a troca de concessionária, o Governo do Estado terá gastos muito além dos previstos. Estima-se que colocar outra empresa para funcionar, no prazo de seis meses, para depois ser aberta uma nova licitação, sairia caríssimo para os cofres públicos. Mais 600 empregos sacrificados.

  Os debates foram realizados na Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (11) e soluções rápidas para a melhoria da travessia Salvador - Ilha de Itaparica via ferry boat, serviço prestado pela concessionária TWB Bahia S/A que tem sido alvo de críticas, não existem. 

   Segundo o presidente do colegiado, deputado Tom Araújo (DEM), a população tem apresentado muitas queixas sobre os serviços prestados pela concessionária de ferry boat, e esta Casa tem por finalidade criar um espaço de discussão para que uma solução amigável seja alcançada. 
 
   ACUSAÇÕES DE PARTE A PARTE

   O diretor-presidente da TWB, Reinaldo Santos, afirmou que grande parte dos problemas atuais do sistema de ferry boat, que dificultam a excelência na qualidade dos serviços prestados pela concessionária, resultam do não cumprimento por parte do Estado do que foi acordado em contrato. Entre eles, citou a falta de recursos financeiros prometidos, problemas com as estruturas subaquáticas que são de responsabilidade do Estado, construção de um terminal pesqueiro, recomposição tarifária, entre outros.
 
   Por outro lado, o diretor executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, apresentou um relatório feito por consultores que revelam contradições em relação ao que foi apresentado pelo representante da TWB. Pessoa declarou que o Estado cumpriu com todas as suas obrigações previstas na contratação, mas que a falta de investimentos por parte da empresa no início da concessão resultaram nos reflexos negativos atuais.

   Na opinião do deputado Luiz Augusto (PP) nenhuma das partes trouxe soluções para sanar os problemas apesar de as duas apresentarem seus relatórios. "Eu acho que nesta situação o importante é buscar um entendimento entre as partes, caso contrário, mais uma vez, a população vai pagar o preço", destacou.

   Os deputados se mostraram bastantes preocupados com a possibilidade do problema se estender a esfera judicial, o que provavelmente alongaria a probabilidade de um entendimento entre a TWB e a Agerba.

   "Acreditamos que o diálogo entre as partes só trará ônus para todos. Esperamos que não seja necessário a introdução da justiça neste caso, tendo em vista atender os anseios da população baiana", destacou o deputado do partido democrata, Paulo Azi.
Na opinião do deputado Leur Lomanto Junior (PMDB), a discussão está se estendendo mas a solução ainda não foi apresentada. "Queremos saber quais serão os próximos passos da Agerba, e quais as soluções previstas pela TWB. O que não podemos é continuar assim. A sociedade cobra uma solução", ressaltou.

   A vice-presidente da comissão, deputada Ângela Sousa (PSD) acredita na possibilidade de um entendimento entre as partes tendo em vista o propósito principal: atender as necessidades da sociedade. "Eu acredito na possibilidade de se chegar a um consenso. O que realmente não dá é que esse meio de transporte muito importante par a a população continue assim. A sociedade não pode mais sofrer com um sistema inadequado", concluiu ela.